Guiné-Bissau já tem um novo primeiro-ministro
18 de novembro de 2016O decreto presidencial acaba de ser lido na Rádio Difusão Nacional e, no preâmbulo, o chefe de Estado guineense considera cumpridos os preceitos constitucionais, bem como os compromissos estabelecidos no Acordo de Conacri para que seja formado "um Governo inclusivo" que permita "salvar a presente legislatura".
O Presidente guineense justifica a escolha com a necessidade de o novo executivo "ter apoio parlamentar ou pelo menos não ter a maioria contra ele".
Umaro Sissoco vai liderar o quinto Governo da legislatura iniciada em 2014.
O nome tinha sido proposto por José Mário Vaz aos partidos políticos no âmbito das negociações mediadas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para resolver a crise política na Guiné-Bissau - que levaram à assinatura do Acordo de Conacri.
Quem é Umaro Sissoco?
O novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco, de 44 anos, é um general na reserva das Forças Armadas guineenses, de acordo com o currículo fornecido à agência Lusa.
No documento, apresenta-se como bacharel em Relações Internacionais pelo Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa.
A formação superior foi depois complementada com um mestrado pelo Instituto de Estudos Internacionais da Universidade Complutense de Madrid, bem como com outros estudos nas áreas militares e de defesa em Espanha, Bélgica e Israel.
Umaro El Mokhtar Sissoco Embalo nasceu em Bissau a 23 de setembro de 1972 e tem mantido residência em Dacar, capital do Senegal. É conhecido pelas suas ligações a vários líderes africanos, nomeadamente chefes de Estado, e afirma-se também como a pessoa que trouxe o antigo líder líbio Muammar Kadhafi a Guiné-Bissau, durante algumas horas, em março de 2009.
O currículo sublinha as suas ligações como antigo conselheiro de Kadhafi e de Blaise Compaoré, militar e político que liderou o Burkina Faso.