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UNITA condena onda de prisões arbitrárias

Lusa
14 de abril de 2022

A UNITA condenou hoje o que considera ser uma "onda de prisões arbitrárias no país", e demarcou-se de supostas milícias, pedindo esclarecimentos às autoridades angolanas.

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Angola Vermeintliche politische Krise in der UNITA
Álvaro Chikwamanga Daniel, secretário-geral da UNITA.Foto: Borralho Ndomba/DW

O secretário-geral do principal partido de oposição angolana, Álvaro Chikuamanga Daniel, lamentou a "prisão recorrente" de ativistas e sublinhou que se está perante uma violação do estado democrático de direito, defendendo um amplo diálogo social. 

"Este país tem uma direção, um Governo, um Presidente, que deveria incentivar o diálogo nacional e ser o promotor destas conversações, mas infelizmente notamos um défice de dialogar com as forças vivas da Nação", disse Daniel. 

As declarações foram feitas nesta quinta-feira (14.04), numa conferência de imprensa em que a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) apresentou a sua posição sobre o momento político que o país vive.

Afrika Angola Wahlen Protest Gewalt Polizei
Manifestante detido durante protesto em Angola (foto de arquivo).Foto: Paulo Novais/dpa/picture alliance

Prisões arbitrárias

Entre as "prisões arbitrárias" a UNITA apontou os casos dos ativistas detidos nos dias 10 e 11 de janeiro na sequência da greve dos Taxistas e, mais recentemente, a 9 de abril na sequência da manifestação contra a contratação da Indra, empresa que vai prestar apoio técnico e logístico às eleições gerais previstas para agosto de 2022, apelando à sua libertação. 

Em causa estão também membros da UNITA,  no município do Sanza Pombo, onde se registaram confrontos entre militantes desta força política e o partido do poder, MPLA, tendo sido presas mulheres com crianças ao colo. 

"São atos repugnantes, que constituem um expediente recorrente do regime autocrático no poder, para aterrorizar, condicionar, silenciar opositores e vozes críticas da sociedade", segundo a UNITA. 

O partido do "Galo Negro" considerou "alarmante" que trinta anos após institucionalização do multipartidarismo "o regime mantenha a mentalidade e a prática de partido único" e não respeite a vontade dos cidadãos criando barreiras "contra a sã convivência política, social e económica. 

Supostas milícias  

O partido de oposição em Angola também demarcou-se, em declarações, de supostas milícias às quais tem sido associado em panfletos que circulam nas redes sociais, alguns dos quais com o símbolo da Polícia Nacional, e pediu às autoridades que investiguem a origem das imagens.O caso também foi hoje denunciado em conferência de imprensa pelo secretário-geral UNITA, Álvaro Chikuamanga Daniel.

Segundo o partido, tem circulado "nas redes sociais, e em alguma imprensa", imagens que insinuam a existência de milícias, supostamente financiadas pela UNITA, algumas das quais recorrendo aos símbolos da Polícia Nacional o que "torna o assunto mais grave". 

UNITA-Hauptquartiere in Malanje, Angola
Sede da UNITA em Angola (foto de arquivo).Foto: N. Camuto/DW

"Altamente perigosos"

Instado pelos jornalistas a apresentar esses panfletos, o secretário-geral da UNITA exibiu um desses onde era visível um grupo de homens armados, com a legenda "altamente perigosos financiados pela UNITA", bem como um símbolo da Polícia Nacional (PN).

"Se isto é da autoria da PN porque é que não aborda a direção da UNITA para se defender contra esta informação? Por que não investiga estes assuntos para aparecer com dados irrefutáveis?", questionou.

O político considerou este tipo de difamação bastante perigoso no período pré-eleitoral em Angola.

"É desprestigiante para Angola e ultrajante para o seu povo, a repetição de ciclos de violência política, em anos eleitorais, que apenas acomodam a agenda da manutenção do poder político e não o interesse nacional", lamentou o partido. 

Angola tem eleições gerais previstas para agosto de 2022.

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