UNITA em Benguela: "A hora da alternância é agora"
24 de julho de 2022A UNITA apresentou este sábado (23.07), na província de Benguela, as linhas mestras do manifesto eleitoral para as eleições gerais de 24 de agosto.
No ato de arranque da campanha eleitoral, o partido liderado por Adalberto Costa Júnior, sob o lema "A hora é agora”, frisou a necessidade de um "governo inclusivo e participativo". A revisão da Constituição da República, o combate à fome e à pobreza, habitação, desenvolvimento rural e urbano, juventude e desporto, inserção social para antigos combatentes e ex-militares, melhorias do sistema de saúde e educação, são algumas das prioridades do partido do Galo Negro.
Adalberto Costa Júnior lançou duras críticas ao principal adversário, MPLA, na pessoa do seu presidente João Lourenço, por adiar a construção de uma verdadeira nação para os angolanos. Costa Júnior, diz que, o país não pode ser visto como "república das bananas”.
"O nosso grande projeto é a construção da nação adiada. Nós temos um país que não consegue dar cidadania a uma boa parte dos seus filhos, que não tem bilhete de identidade. Vamos criar um Governo de competentes e não de partidários, onde não é a militância que vai determinar a inclusão do Governo. O Governo está em ingestão e não mais em governação porque o Presidente da República é candidato e está em campanha eleitoral. As leis são claras sobre esta matéria. É no interesse de Angola que temos que defender a legalidade. João Lourenço já não pode assinar mais nada”, sublinhou.
"Todos os modelos foram experimentados"
No ato de lançamento da campanha eleitoral, Paulo Lukamba Gato, diretor Nacional da Campanha da UNITA e da Frente Patriótica Unida (FPU) reiterou que "a hora da mudança é agora”. Segundo o responsável, o partido esta a sentir-se acarinhado pela população que almeja a alternância.
"A hora é agora! 47 anos depois de uma governação do MPLA, todos os modelos de governação foram experimentados, todas as fórmulas foram experimentadas. Em 2017 houve mudança na continuidade. A governação do MPLA define-se com uma palavra: pobreza generalizada. 47 anos desde a independência, 20 anos de paz, cinco anos com uma liderança diferente, resultado claro: pobreza generalizada. A hora da alternância é agora. Estão criadas as condições para a mudança", frisou.
Já Abel Chivukuvuku, líder do projeto PRA-JA Servir Angola e candidato a vice-presidente na lista da UNITA, aponta o dedo à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e apela à correção dos cadernos eleitorais.
"A transparência e justiça das eleições não é só no dia em que se vota, é todo um processo. O problema dos cadernos eleitorais demostrou forte tendência de má fé, alguns indicadores de incompetência e sobretudo tendência de manipulação do processo. Não é correto e vamos a tempo de corrigir se o regime assim entender. Transmitir serenidade ao país, transmitir confiança no processo".
Mudança é a solução
Membros da sociedade civil em Benguela dizem aguardar pela alternância política no país, visto que a transformação de Benguela em Califórnia não foi concretizada. Para João da Silva, a mudança é a solução para combater a fome e a pobreza em Angola.
"Não vai depender da narrativa escrita. Vai depender da visão politica e estratégica de se fazer implementar esses projetos, isso é que vai combater e mitigar os efeitos da pobreza extrema e sobretudo nas localidades e nas regiões que fazem parte do litoral. O êxodo populacional resulta da fraca produtividade e isso tem trazido um impacto muito negativo do ponto de vista da pobreza em Angola", disse.