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UA pede ajuda para lidar com efeitos do conflito na Ucrânia

Lusa | AFP
23 de março de 2022

O chefe de Estado senegalês e atual presidente da União Africana, Macky Sall, apelou aos parceiros internacionais, incluindo o Banco Mundial, para que ajudem África a lidar com as consequências da guerra na Ucrânia.

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Foto: Tony Karumba/Getty Images/AFP

O Presidente senegalês, que falava terça-feira (22.03) numa conferência de imprensa com o presidente do Banco Mundial, David Malpass, pediu à comunidade internacional que redistribua aos africanos os seus direitos especiais de saque (SDR).

Os SDR são uma espécie de moeda criada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Os países-membros podem utilizar estes títulos conversíveis para reembolsar as suas obrigações ao FMI ou para ajustar as suas reservas cambiais - sem entrar em dívida.

"Discutimos esta situação global marcada pelo impacto preocupante da crise na Ucrânia nas nossas economias enfraquecidas", disse realçou Macky Sall, sublinhando que o continente "está a sofrer todo o peso desta guerra na Ucrânia."

Em meados de fevereiro, o presidente da União Africana (UA) já tinha pedido a realocação de SDR.

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O FMI aprovou, em agosto de 2021, a afetação geral de SDR equivalentes a 650.000 milhões de dólares (547 mil milhões de euros), para aumentar a liquidez global devido à pandemia de covid-19, dos quais 33.000 milhões de dólares (cerca de 29.000 milhões de euros) devem retornar automaticamente a África, montante considerado muito insuficiente pela UA.

Dada a escalada da crise atual e as perspetivas negativas que se preveem para a estabilidade e o emprego, a UA propôs que o Banco Mundial analise a possibilidade de implantar o mecanismo aprimorado de resposta à crise, salientou Macky Sall.

"Pedimos o fim da guerra na Ucrânia"

"Este é um apelo dirigido a todo o mundo, a todos os parceiros bilaterais. Pedimos o fim da guerra na Ucrânia. Tudo deve ser feito para parar este conflito", salientou.

"Há uma inflação a atingir os países", a par do terrorismo na região do Sahel, "o que significa que os Estados enfrentam novas despesas que não estavam previstas", acrescentou Macky Sall.

A UA já tinha instado, em 24 de fevereiro, a Rússiae "qualquer outro ator regional ou internacional" a respeitar o direito internacional, a integridade territorial e a soberania nacional da Ucrânia.

Na terça-feira (22.03), este órgão voltou a apelar à Rússia para que chegue a um entendimento com a Ucrânia para um cessar-fogo imediato e para a abertura de negociações sob a égide da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

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