União Europeia debate ataques armados no norte de Moçambique
12 de outubro de 2020Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) reúnem-se esta segunda-feira (12.10), no Luxemburgo, para debater, entre outros temas, os ataques armados no norte de Moçambique, as sanções à Bielorrússia e as relações com a Rússia.
Na passada sexta-feira (09.10), o embaixador da UE em Maputo, Antonio Sánchez-Benedito Gaspar, anunciou que Bruxelas irá ajudar Moçambique no combate a grupos armados classificados como "terroristas" em Cabo Delgado, na sequência de um pedido de apoio do Governo moçambicano. "Os pedidos que foram feitos à UE receberam uma resposta positiva e agora temos de trabalhar nas diferentes questões que foram colocadas", disse o embaixador.
A 16 de setembro, a chefe da diplomacia moçambicana, Verónica Macamo, escreveu um ofício ao Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, pedindo apoio na logística e no treino especializado das forças governamentais para travar as incursões armadas de grupos classificados como terroristas em Cabo Delgado.
Antonio Sánchez-Benedito Gaspar explicou que a ideia é fortalecer as capacidades de resposta de Moçambique, esclarecendo, no entanto, que "não está na agenda a vinda de militares europeus ao país".
A província de Cabo Delgado é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas. A violência provocou uma crise humanitária com mais de mil mortos e cerca de 250.000 deslocados internos.
Nagorno-Karabakh, Bielorrússia e Rússia em cima da mesa
Os ministros da UE abordarão também a situação na Bielorrússia, após a decisão, a 2 de outubro, pelo Conselho Europeu, de impor sanções ao regime do Presidente Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, e vencedor contestado das eleições presidenciais de 9 de agosto.
O envenenamento do opositor russo Alexei Navalny e as relações da UE com Moscovo também estarão em cima da mesa.
O Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, irá também informar os ministros acerca dos desenvolvimentos recentes na região separatista de Nagorno-Karabakh, palco de um confronto entre o Azerbaijão e a Arménia, onde a UE apela a um cessar-fogo imediato.