Vacina contra novo coronavírus é testada em humanos
17 de março de 2020Os Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) - a agência governamental norte-americana de pesquisas biomédicas - divulgaram que uma vacina preventiva ao novo coronavírus foi administrada num grupo de 45 voluntários.
Os participantes dos testes são adultos saudáveis, com idades entre 18 e 55 anos, que participarão nesta investigação nas próximas seis semanas.
"A Fase 1 do ensaio clínico para avaliar uma vacina em investigação projetada para a doença de coronavírus 2019 [covid-19] começou no Instituto de Pesquisa em Saúde Kaiser Permanente Washington em Seattle", comunicou o NIH em nota divulgada à imprensa.
A vacina chama-se RNA-1273 e foi desenvolvida por cientistas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças (NIAID, na sigla em inglês), subsidiário do NIH, e por uma empresa de biotecnologia.
O diretor do NIAID, Anthony Fauci, explicou na nota divulgada que "encontrar uma vacina segura e eficaz para prevenir a infeção por SARS-CoV-2 é uma prioridade urgente da saúde pública". Atualmente, não há qualquer vacina aprovada pelas autoridades de saúde para prevenir a infeção do novo coronavírus.
O que a vacina provoca
A RNA-1273 foi desenvolvida usando uma plataforma genética chamada mRNA (RNA mensageiro), que é o ácido ribonucleico que transfere o código genético do ADN do núcleo da célula.
A vacina instrui as células do corpo a expressarem uma proteína viral capaz de uma forte resposta imune. Segundo os investigadores, a vacina experimental teve resultados promissores em modelos animais e esta é a primeira vez que foi testada em seres humanos.
Os cientistas conseguiram desenvolver a vacina graças a estudos anteriores sobre os coronavírus que causaram as epidemias de Sars (Síndrome respiratória aguda grave) e Mers (Síndrome respiratória do Oriente Médio) no passado. Os cientistas já trabalhavam numa vacina contra o Mers, que serviu como ponto de partida para a experiência atual.
Assim que os investigadores tiveram as informações genéticas sobre o SARS-CoV-2, foram capazes de selecionar rapidamente uma sequência para expressar a proteína estabilizada da ponta do vírus na plataforma de mRNA.
O coronavírus responsável pela pandemia da covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais mais de 6,8 mil morreram. Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença. O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios - o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia. A pandemia já afeta 30 países africanos.