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PolíticaNíger

Militares detidos após tentativa de golpe de Estado no Níger

Lusa
31 de março de 2021

Vários militares foram presos no Níger após uma alegada tentativa de golpe de Estado, esta madrugada, a poucos dias da tomada de posse do novo Presidente, Mohamed Bazoum.

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Foto: Issouf SANOGO/AFP

Segundo fonte de segurança, o incidente começou com um tiroteio esta madrugada na capital do Níger, perto do palácio presidencial, numa alegada tentativa de golpe de Estado. 

O tiroteio começou por volta das 03:00 locais e prolongou-se por mais de 15 minutos, disseram residentes de Niamey, mas a calma regressou à cidade depois. 

"Houve detenções entre os poucos elementos do exército que estão por detrás desta tentativa de golpe. Este grupo de soldados não pôde aproximar-se do palácio presidencial quando a Guarda Presidencial voltou a disparar", disse a fonte, acrescentando que a situação estava "sob controlo".

A Embaixada dos EUA em Niamey lançou um alerta de segurança dizendo que seria encerrada na quarta-feira "devido a tiros ouvidos" na zona onde se situa a representação diplomática. "Todo o pessoal é encorajado a ficar em casa até nova ordem", disse a fonte da embaixada.

Tomada de posse do novo Presidente

O incidente regista-se apenas dois dias antes da tomada de posse do novo Presidente, Mohamed Bazoum, prevista para sexta-feira (02.04) e enquanto o Níger enfrenta uma ameaça crescente de extremistas islâmicos perto da sua conturbada fronteira com o Mali.

Niger Mohamed Bazoum Präsidentschaftskandidat
Mohamed Bazoum toma posse na próxima sexta-feiraFoto: Mohamed Bazoum

Há uma semana, várias aldeias foram atacadas por homens armados na região fronteiriça, provocando pelo menos 137 mortos. Estes ataques ocorreram no mesmo dia em que o tribunal constitucional validou a vitória eleitoral de Bazoum.

Em janeiro, pelo menos 100 pessoas foram mortas em outros ataques a aldeias, no mesmo dia em que o Níger anunciou que as eleições presidenciais iriam para uma segunda volta, no dia 21 de fevereiro.

O rival de Bazoum, o antigo Presidente Mahamane Ousmane, contesta os resultados eleitorais e reclamou a vitória, apelando a "manifestações pacíficas" em todo o país.

A transferência de poder entre o chefe de Estado cessante, Mahamafou Issoufou, e Mohamed Bazoumé a primeira entre dois presidentes democraticamente eleitos.

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