Zambézia presta última homenagem a Afonso Dhlakama
10 de maio de 2018Centenas de membros da RENAMO oriundos de várias localidades deslocaram-se na manhã desta quinta-feira (10.05), à delegação provincial do partido da Zambézia, em Quelimane, para participarem em cultos e orações, no adeus a Afonso Dhlakama.
Apesar de as cerimónias fúnebres do líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, terem tido lugar na província de Sofala, uma multidão de membros e simpatizantes da RENAMO na Zambézia acorreu à delegação provincial política do partido para render a sua última homenagem.
Jorgina António, apoiante da RENAMO, diz que a morte de Afonso Dhlakama lhe dá mais força para lutar pela democracia e que a imagem do líder não se apagará facilmente da sua memória: "Daqui em diante, continuaremos firmes, de cabeça erguida. O nosso líder morreu, mas o partido continua".
Na província da Zambézia, a última homenagem a Afonso Dhlakama fez-se com muitas orações e cânticos de louvores aos ideiais do presidente da RENAMO.
Luísa da Costa, simpatizante da RENAMO, considera que Dhlakama foi o único homem forte em Moçambique que soube combater a FRELIMO: "Estamos muito tristes, ele foi forte, trouxe a democracia a Moçambique, por isso estamos de luto. Deixou um vazio muito grande e ninguém vai conseguir cobrir esse vazio", sublinha.
Mais de 60km para dizer adeus
Para participarem no evento, muitos fizeram mais de 60 km para chegar à cidade de Quelimane. Dizem que a morte do líder da RENAMO abalou muita gente e que não poderiam ficar sentados em casa sem prestar uma última homenagem a Dhlakama.
Luisa Luís é uma delas: veio da ilha de Idugo. "Estamos em lágrimas, por causa da morte do nosso pai. O caminho agora é para a frente, independentemente de quem será o próximo líder do partido. Nunca voltar para trás", garante.
Entretanto, fontes ouvidas pela DW África junto da delegação provincial da RENAMO da Zambézia, afirmam que vários jovens membros do partido foram ameaçados e intimidados para se afastarem da RENAMO.
As ameaças foram anónimas e e chegaram por mensagem telefónica, segundo Jonathan Soleimane, membro e coordenador de projectos da RENAMO na Zambézia.