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Zimbabué: Mugabe confirmado como candidato às presidenciais

Reuters | Lusa | EFE | ms
17 de dezembro de 2016

Robert Mugabe foi aprovado como candidato presidencial da ZANU-PF às eleições de 2018, altura em que terá 94 anos. O Presidente zimbabueano não poupou críticas aos membros do partido no poder que defendem a sua sucessão.

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Foto: picture-alliance/AP Photo/T. Mukwazhi

Como já era esperado, a confirmação foi feita este sábado (17.12) na conferência anual da União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica (ZANU-PF), a decorrer em Masvingo.

Nem a deserção, em julho passado, de alguns dos seus maiores defensores impediu que Robert Mugabe fosse nomeado como candidato da ZANU-PF, onde o ambiente é cada vez mais tenso por causa da sucessão do líder veterano.

"Mugabe deve governar até à eternidade" cantaram os apoiantes do líder zimbabueano quando este se levantou para começar o seu discurso, no qual pediu o fim das lutas internas na ZANU-PF.

Robert Mugabe governa o Zimbabué desde a independência do país, em 1980. Faz 93 anos em fevereiro do próximo ano e já disse que quer governar até morrer. Mas admitiu também que poderá reformar-se se o partido o solicitar.

Nas últimas eleições realizadas no país, em 2013, houve alegações de irregularidades durante a votação.

Reunião faustosa

A faustosa reunião do partido de Mugabe está a decorrer numa das regiões mais afetadas pela fome. Estima-se que os custos de organização da conferência rondem os quatro milhões de dólares.

Foram abatidas mais de 50 vacas para alimentar os 7.000 membros do partido no poder no Zimbabué que até amanhã participam no evento, na cidade de Masvingo.

Em outubro, Grace Mugabe, esposa do Presidente, angariou perto de quatro milhões de dólares para a organização do encontro, que pretende aliviar as tensões internas na ZANU-PF.

O Zimbabué enfrenta atualmente uma situação económica extremamente difícil, que levou já a protestos inéditos contra o Governo. Os excessos da governação de Mugabe têm causado indignação no país.

Muitas pessoas consideram que, com a grave crise no país, o  dinheiro poderia ter sido gasto de outra forma - por exemplo, para pagar aos milhares de funcionários que estão há meses sem receber os seus salários.

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