África do Sul palco de protestos após prisão de Zuma
11 de julho de 2021Pelo menos uma pessoa morreu e 62 foram detidas este fim de semana na África do Sul por estarem envolvidas nos protestos contra a prisão do ex-Presidente do país Jacob Zuma. Os protestos já provocaram, segundo várias agências de notícias internacionais, danos no valor de milhões de dólares.
De acordo com a polícia nacional, os incidentes começaram na sexta-feira (09.07) na província oriental KwaZulu-Natal, onde nasceu o antigo chefe de Estado sul-africano, após este se ter entregado na quarta-feira à noite às forças de segurança, para cumprir pena de prisão.
Os distúrbios estenderam-se na noite passada e na manhã deste domingo (11.07) a Joanesburgo, a maior cidade do país, na província de Gauteng, onde se situa também a capital da África do Sul, Pretória.
Uma vítima mortal
Entretanto, já este domingo (11.07), a polícia confirmou que um indivíduo de 40 anos foi alvejado mortalmente a tiro, em Joanesburgo.
Segundo a porta-voz policial, as autoridades estão a investigar as circunstâncias da morte enquanto se alastram os violentos protestos à província de Gauteng. A Polícia sul-africana disse ter usado granadas de atordoamento e balas de borracha para fazer dispersar os violentos protestos.
Bloqueio de estradas
Na quinta-feira, membros do Congresso Nacional Africano aliados a Jacob Zuma começaram por bloquear a autoestrada N2 e várias vias rodoviárias na cidade costeira de Durban e em Pietermaritzburg, capital da província do KwaZulu-Natal, que faz fronteira com Moçambique.
Mais de 20 camiões pesados de transporte de mercadorias foram incendiados na noite de sexta-feira na autoestrada N3, junto à localidade de Mooi River.
No sábado já haviam sido detidas pelo menos 27 pessoas por violência pública, roubo, destruição de propriedade e intimidação.
O porta-voz policial Jay Naicker referiu que a situação no KwaZulu-Natal permanecia "instável", acrescentando que a polícia sul-africana reforçou o número de meios e efetivos ao longo dos principais eixos rodoviários naquela província do litoral do país.
Ramaphosa apela à calma
Também este sábado (10.07), o Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que é também presidente do Congresso Nacional Africano (ANC), no poder na África do Sul desde 1994, apelou à calma e disse que "o impacto da violência pública contra a indústria do transporte rodoviário de carga e a destruição das autoestradas que servem de artérias económicas afetarão também aqueles que organizam e cometem este tipo de crimes".
"O Presidente Cyril Ramaphosa apelou às comunidades no KwaZulu-Natal para que desistissem de minar o Estado de direito e infligir danos à economia", lê-se no comunicado divulgado na página oficial da Presidência da República sul-africana na internet.