1961: Fundação da Anistia Internacional
"Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir uns para com os outros com espírito de fraternidade." É o que diz o artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas no dia 10 de dezembro de 1948.
A Anistia Internacional foi fundada pelo advogado inglês Peter Benenson. Ele lera uma notícia publicada na imprensa sobre dois estudantes portugueses condenados a sete anos de prisão por terem erguido um brinde à liberdade num bar de Lisboa durante a ditadura salazarista (1932-1974). Indignado, o advogado começou a bombardear as autoridades portuguesas com cartas de protesto.
Para despertar a opinião pública internacional sobre a situação dos presos políticos, Benenson e outros ativistas lançaram, em 1961, uma campanha chamada "Apelo por Anistia". Ela começou com a publicação do artigo Os prisioneiros esquecidos em vários jornais do mundo, no dia 28 de maio de 1961, e marcou o nascimento da maior organização mundial de defesa dos direitos humanos da atualidade.
Hoje, a Anistia Internacional (AI) conta com seções nacionais em mais de 50 países. A ONG tem mais de sete milhões de membros e apoiadores em 150 países. Os recursos financeiros do movimento provêm de doações, das contribuições de seus membros e de campanhas. Para manter sua independência política, não aceita doações dos cofres públicos.
A entidade baseia sua ação na Declaração Universal dos Direitos do Homem e atua de forma descentralizada, com grupos que assumem a causa de alguns prisioneiros, selecionados em zonas geográficas e políticas diferentes. A seção brasileira foi fundada em 1985. Em 1977, a Anistia Internacional recebeu o Prêmio Nobel da Paz e, por ocasião do 30º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1978, recebeu da ONU o Prêmio dos Direitos Humanos.
As cartas de protesto e as chamadas "ações urgentes" são apenas dois dos mecanismos usados pela AI. Ela atua também como lobbysta junto a organizações internacionais, pressionando os governos tanto em casos individuais quanto na conscientização mundial sobre o significado dos direitos humanos.
"Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamentos ou punições cruéis, desumanas ou degradantes", diz o artigo 5 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Embora este documento tenha sido assinado por mais de 150 países, a Anistia Internacional denuncia em seus relatórios que milhares de pessoas em mais de 100 nações continuam sendo vítimas de graves violações dos direitos humanos.
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