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História

16 de fevereiro de 1987

Doris Bulau (rw)

No dia 16 de fevereiro de 1987, os ex-ministros alemães da Economia Hans Friedrich e Otto Graf Lambsdorff e um empresário foram condenados a pagar altas multas por não terem declarado doações feitas a vários partidos.

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Deutschland
Rainer Barzel Foto: picture-alliance/U. Baumgarten

Já no primeiro ano do governo Helmut Kohl, em novembro de 1983, o principal arquiteto da coalizão entre União Democrata Cristã (CDU) e Partido Liberal Democrático, Otto Graf Lambsdorff, foi acusado de corrupção no âmbito do chamado "escândalo Flick".

Este escândalo começou com a venda de 29% da participação acionária na Daimler-Benz pelo conglomerado Flick ao Deutsche Bank em 1975. Os lucros foram reaplicados e, para isso, a empresa ganhou do Ministério alemão da Economia uma licença especial para não pagar os impostos correspondentes.

No ano de 1981, ao revistar os escritórios dos empresários Friedrich Flick e Eberhard von Brauchisch, a Promotoria Pública encontrou anotações sobre pagamentos feitos a partidos e a políticos isolados, que não haviam sido declarados ao fisco.

Renúncia do presidente do Parlamento

O escândalo explodiu como um vulcão, pois atingiu vários partidos: social-democrata, liberal, social-cristão e democrata-cristão. Na década de 70, Brauchitsch teria distribuído 26 milhões de marcos em doações a partidos.

O caso levou à renúncia do então presidente do Bundestag (câmara baixa do Parlamento Alemão), Rainer Barzel, e do então ministro da Economia, Otto Graf Lambsdorff. O então chanceler federal Helmut Kohl preferiu permanecer no poder, abrindo mão completamente de suas exigências de "renovação política e moral" que pregava nos tempos em que estava na oposição.

O escândalo Flick trouxe à tona a intrincada relação entre política e economia. Eberhard von Brauchitsch chegou a ser chamado de "John Wayne político de Bonn", cidade que era na época a sede administrativa da então Alemanha Ocidental.

"Através da distribuição de doações, o Ministério da Economia estava ameaçado de se tornar uma repartição do conglomerado Flick", comentou Wilfried Penner, social-democrata que participou da comissão parlamentar de inquérito sobre o caso.

No dia 16 de fevereiro de 1987, a Justiça considerou o empresário Brauchitsch culpado por corrupção, mas inocentou os dois ex-ministros Friderichs e Lambsdorff. Em outro processo, eles foram condenados a pagar altas multas por sonegação de impostos. Para Penner, a CPI escreveu uma página da história política da Alemanha.