A 65ª edição da Berlinale
A edição deste ano do Festival de Berlim terá mais de 440 estreias, uma homenagem a Wim Wenders e destacada participação brasileira.
441 estreias
Durante dez dias, o coração do mundo do cinema baterá novamente na Potsdamer Platz. Centenas de novos filmes vão estar disponíveis para serem vistos lá e em outros cinemas de Berlim. Ao todo, os amantes do cinema terão à disposição 1200 sessões. É provável que a 65ª Berlinale se mantenha fiel à sua reputação e continue sendo o maior festival do mundo em termos de público.
Internacionalmente gelado
O festival será aberto por uma coprodução internacional. A diretora espanhola Isabel Coixet conta com a estrela francesa Juliette Binoche para o seu novo filme “Nobody wants the night”. A história de aventura tem cenário ártico, na Groelândia, mas foi filmado na Bulgária, na Noruega e na Espanha. O ator irlandês Gabriel Byrne (na foto com a câmera) também está no filme.
Forte presença alemã
Como há muito tempo não se via, estarão em competição e em outras seções da Berlinale uma série de celebridades do cinema alemão. Entre os pesos pesados, marcarão presença o diretor do festival, Dieter Kosslick, assim como Wim Wenders (foto), Werner Herzog e Margarethe von Trotta. A geração mais nova é composta, entre outros nomes, por Andreas Dresen e Oliver Hirshbiegel.
Cinema globalizado
O mundialmente famoso diretor Werner Herzog apresenta o seu mais novo filme “Queen of the desert”. Herzog, que filmou principalmente nos Estados Unidos nos últimos anos, integra a tendência mundial de crescente globalização do cinema. O filme do diretor bávaro é de produção americana e conta com estrelas internacionais como Nicole Kidman, James Franco, Damian Lewis e Robert Pattinson.
Nova produção de Malick
O consagrado diretor americano Terrence Malick também vai estar em Berlim. Ele participa da disputa pelo Urso de Ouro com “Knight of Cups”. O ator Christian Bale interpreta um homem que busca o sentido da vida. Ele segue o seu caminho entre luxo, sexo e ironia. Ao seu lado no elenco estão Cate Blanchett e Natalie Portman.
Caminhos tortuosos
O diretor iraniano Jafar Panahi teve pouco dinheiro disponível para concluir o seu projeto. O filme “Taxi” foi produzido em condições difíceis. Panahi não pode trabalhar em Teerã devido a sua postura crítica ao governo. A mídia iraniana já critica o filme que será apresentado na Berlinale.
Conto de fadas hollywoodiano
O conto de fadas “Cinderela”, do britânico Kenneth Branagh, promete muita música, estrelas e intenso apelo visual. O direitor trabalhou com a Wald Disney uma versão pop e colorida do clássico. Um grupo de renomadas estrelas internacionais deve causar furor no tapete vermelho da Potsdamer Platz. No entanto, Cinderela não vai concorrer ao Urso de Ouro.
Um fórum mundial
À parte da competição, existem diversos filmes de todo o mundo que devem chamar a atenção do público. É o momento em que a Berlinale se torna um legítimo fórum - a mostra de mesmo nome terá 43 filmes. Uma das atrações mais esperadas é "Histoire de Judas", da França, que foi filmado no deserto da Argélia e discute as origens do cristianismo e do judaísmo.
Brasil em panorama
Junto às mostras Competição e Fórum, a Panorama é uma das mais abrangentes da Berlinale. Os filmes que são exibidos nela refletem as tendências da arte no cinema mundial. O Brasil está representado por quatro longas. Um deles, "Sangue Azul", do pernambucano Lírio Ferreira, abrirá a seção.
A cor em retrospectiva
A exposição anual sobre a história do cinema na Berlinale é dedicada nesta edição ao processo da Technicolor para dar cor aos filmes. A técnica foi desenvolvida na década de 1930 nos Estados Unidos e deu um brilho particularmente intenso a inúmeros clássicos. “E o vento levou” foi um dos filmes nos quais a tecnologia foi aplicada.
Clássicos revitalizados
Há dois anos, filmes submetidos à restauração são exibidos com o título Berlinale Classics. Alternativas modernas de processamento digital de imagens foram aplicadas para que clássicos pudessem ser apresentados novamente. O filme mudo alemão “Varieté”, dos anos 1920, com a dançarina e atriz húngara Lya de Putti, é um dos que serão exibidos.
Homenagem a Wim Wenders
Nastassja Kinski estará mais uma vez nas telas da Berlinale, com “Paris, Texas” (1984), de Wim Wenders. A 65ª edição do festival será especial para o diretor alemão, que vai receber um Urso de Ouro honorário, pelo conjunto de sua obra. Seu filme mais recente, “Everything will be fine”, estará concorrendo no festival.
“50 tons de cinza”
Cinema costuma ser uma mistura entre arte e negócio. Produções artísticas especialmente bem-sucedidas têm um preço às vezes alto. Como a adaptação do best-seller “50 tons de cinza”, que terá sua estreia na Alemanha durante a Berlinale e depois passará a ser exibida nos cinemas.
A disputa pelo Urso de Ouro
O domingo, 15 de fevereiro, será o último dia da Berlinale. Um dia antes haverá a entrega dos Ursos de Ouro e Prata. A expectativa é grande para os 19 filmes que concorrem. O júri que tomará a decisão é presidido pelo diretor americano Darren Aronofsky e tem entre os integrantes o alemão Daniel Brühl.