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HistóriaAlemanha

A Ditadura Nazista

5 de abril de 2013

Ao assumir o poder em janeiro de 1933, Adolf Hitler começou a montar um sistema ditatorial caracterizado pela repressão a quem não lhe fosse conveniente, pela perseguição aos judeus e pela expansão militar e territorial.

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Foto em preto e branco mostra sessão parlamentar
Reichstag em 1933Foto: ullstein bild - Süddeutsche Zeitung Photo / Scherl

A partir de 1930, o movimento nazista de Adolf Hitler cresceu, aproveitando-se do descontentamento popular com as crises econômica e política. O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) era antidemocrático, antissemita e de um nacionalismo exaltado. Com uma pregação pseudorrevolucionária, tornou-se a maior força política em 1932. Com a demissão de Franz von Papen, o último chefe de governo da República de Weimar, o presidente Hindenburg chamou Hitler para constituir o novo governo.

Nomeado chanceler do Reich em 30 de janeiro de 1933, Hitler, que considerava o cargo apenas um passo para a tomada do poder absoluto, começou imediatamente a montar um sistema ditatorial. Desfez-se rapidamente dos aliados que permitiram sua ascensão, reservando-se plenos poderes. Através de uma lei aprovada pelos partidos burgueses, proibiu todos os grupos políticos, com exceção do seu NSDAP. O Partido Social Democrata e o Partido Comunista foram dissolvidos, e os demais, forçados à autodissolução.

O incêndio do prédio do Reichstag (Parlamento), em 27 de fevereiro de 1933, foi logo atribuído aos comunistas. Isso serviu de pretexto para a aprovação de leis que revogaram direitos fundamentais dos cidadãos, puseram fim à liberdade de imprensa e desmantelaram os sindicatos, principal esteio dos movimentos sociais contrários ao nacional-socialismo.

Repressão e antissemitismo

Reichskristallnacht
Membros da SA instigam a população berlinense contra os judeusFoto: dpa

A partir de então, não havia instância policial ou estatal capaz de conter os distúrbios e agressões das SA, as temidas milícias paramilitares do Partido Nacional-Socialista (literalmente, o nome original, Sturmabteilung, significa Divisão de Assalto). O esquadrão comandado por Heinrich Himmler, a SS (de Schutzstaffel, ou Esquadra de Proteção), começou a sedimentar sua posição especial no aparato repressivo.

Qualquer tentativa de resistência era brutalmente sufocada. O regime perseguia impiedosamente não só adversários políticos – a começar por comunistas e social-democratas –, como todas as pessoas que não eram do seu agrado. Milhares foram presas e, sem qualquer processo judicial, internadas em campos de concentração construídos da noite para o dia.

Mal tomara o poder, o regime começou a pôr em prática seu programa antissemita. Passo a passo, os judeus foram destituídos de seus direitos individuais e civis, proibidos de exercer a profissão, limitados em seu direito de ir e vir, expulsos de universidades, agredidos, forçados a entregar ou vender empresas e propriedades. Quem podia, tentava fugir para o exterior para escapar das espoliações, injustiças e vexações.

A perseguição política e a ausência de liberdade de expressão e informação levaram milhares de pessoas a abandonar o país. A emigração forçada de intelectuais, artistas e cientistas de renome representou uma perda irreparável para a vida cultural da Alemanha.

Militarização e recuperação econômica

Com a morte do marechal Paul Hindenburg em 1934, Hitler acumulou também a função de presidente. Sua política militarista tomava forma e as Forças Armadas passaram a prestar-lhe juramento como der Führer (líder ou guia). Em 1935, foram declaradas extintas as restrições militares do Tratado de Versalhes, introduzindo-se o serviço militar obrigatório no país. Restabeleceu-se assim a soberania militar do Reich.

A frágil República de Weimar (de 1919 a 1932) não durou o suficiente para que o sistema liberal-democrático fixasse raízes na sociedade alemã. O caos durante esse período deixou muitos alemães propensos à ditadura nacional-socialista. Os violentos conflitos internos, manifestados em sangrentas batalhas de rua entre adversários políticos, e o desemprego em massa abalaram a confiança do povo no Estado.

Hitler, porém, conseguiu dinamizar novamente a economia. Seu regime impôs uma combinação extremada de capitalismo e socialismo estatal, em que tanto os proprietários de grandes empresas como os operários se subordinavam ao controle do Estado e ao poder público totalitário. Dois planos quadrienais, iniciados em 1936, deram à economia um aspecto de guerra, com destaque para a produção de sintéticos.

Programas de geração de empregos e a produção de armas levaram à diminuição da multidão de desempregados. O fim da crise econômica mundial favoreceu tal política. Os judeus foram sendo excluídos da vida econômica, tendo seus bens confiscados em novembro de 1938.

Política externa

No âmbito da política externa, Hitler também conseguiu, inicialmente, impor seus objetivos. A pouca resistência encontrada foi fortalecendo sua posição. Em 1935, a região do Sarre, até então sob a administração da Liga das Nações, foi reintegrada ao território nacional. Em 1936, as tropas alemãs invadiram a Renânia, zona desmilitarizada desde 1919. A assinatura de um pacto com o Reino Unido, em 1935, permitiu o rearmamento naval do país. Desmoronava, assim, todo o esquema de contenção da Alemanha armado pelos franceses após a Primeira Guerra Mundial.

A Guerra Civil espanhola, iniciada em 1936, motivou um confronto entre esquerda e direita. Enquanto o governo republicano foi apoiado pela União Soviética, os rebeldes franquistas tiveram ajuda da Itália e da Alemanha. Os dois países aliaram-se em outubro do mesmo ano no eixo Roma-Berlim.

Japão e Alemanha, por outro lado, haviam se unido no Pacto Anti-Komintern (contra a Internacional Comunista, fundada por Vladimir Lenin e pelo Partido Comunista da União Soviética em 1919). Com a adesão da Itália a este, em 1937, configurava-se a Tríplice Aliança, que se manteria até a Segunda Guerra.

O avanço para a formação do Terceiro Reich prosseguiu: em 1938, a Áustria foi anexada (Anschluss), representando a conquista de um dos primeiros objetivos que Hitler fixara no livro Mein Kampf (Minha Luta). As potências ocidentais permitiram que ele incorporasse ainda a região dos Sudetos, na então Tchecoslováquia, em 1939 – ano em que começou a Segunda Guerra Mundial.