A repercussão dos protestos na imprensa europeia
14 de março de 2016A imprensa europeia noticiou nesta segunda-feira (14/03) as grandes manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff e o PT que aconteceram em centenas de cidades brasileiras no domingo.
O jornal britânico The Guardian destaca que "mais de 1 milhão de brasileiros protestam contra um governo 'horroroso'". Segundo o diário, Dilma, "que já luta contra um impeachment, a pior recessão em um século e o maior escândalo de corrupção da historia do Brasil, ganhou mais uma razão para duvidar de que ela vai completar seu mandato de quatro anos".
O jornal relatou os cálculos sobre o número de pessoas nas ruas, afirmando que os números são divergentes, "mas indiscutivelmente enormes". E frisou que, em comparação com o ano passado, a extrema direita estava menos em evidência em Copacabana.
O diário Süddeutsche Zeitung, um dos maiores da Alemanha, destaca que os brasileiros foram às ruas demonstrar seu descontentamento com um "gigantesco escândalo de corrupção" e a recessão econômica.
"Rousseff foi eleita até o fim de 2018. A poucos meses dos Jogos Olímpicos no Rio, que começam em 5 de agosto, o clima no quinto maior país do mundo esquentou, e o governo quase não tem mais capacidade de ação", escreve o jornal.
O também alemão Die Zeit tem como título da sua matéria "Três milhões de brasileiros se manifestam" e ressalta que, "depois de um escândalo de corrupção, apenas 10% dos brasileiros apoiam" a presidente.
"Em todos os lugares, as pessoas expressaram a plenos pulmões sua irritação com um enorme escândalo de corrupção na Petrobras e com a pior recessão no Brasil em décadas", diz o Zeit.
Na Espanha, o diário El País afirma que "os protestos mais massivos da democracia colocam Dilma contra a parede" e acrescenta que "três milhões de brasileiros marcham pela saída da presidente do poder e contra a corrupção".
O diário francês Le Monde, por sua vez, diz que Dilma Rousseff enfrentou manifestações de uma amplitude inédita. A corresponde do jornal relata que, "neste domingo, na Avenida Paulista, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil de 2003 a 2010, ícone das classes populares, não valia mais do que pouco mais de 10 reais", numa alusão ao popular boneco pixuleco. Para o diário francês, foi uma mobilização histórica.