Acadêmico sem passado político é indicado a premiê da Itália
21 de maio de 2018Os dois principais partidos políticos da Itália propuseram nesta segunda-feira (21/05) o nome de Giuseppe Conte para ocupar o cargo de primeiro-ministro e comandar o governo de coalizão.
A indicação de Conte – um jurista e professor acadêmico que não faz parte do Parlamento – foi decidida pela sigla populista antissistema Movimento Cinco Estrelas (M5S) e a populista eurocética e anti-imigração Liga Norte, que na semana passada revelaram seu programa conjunto de governo.
Cabe agora ao presidente italiano, Sergio Mattarella, dar seu consentimento quanto à nomeação e encarregar o futuro primeiro-ministro de formar um Executivo.
"Estamos diante de um momento histórico. Indicamos o nome de Giuseppe Conte ao presidente da República. Um nome que pode levar adiante o contrato de governo", afirmou o líder do M5S, Luigi di Maio, em nota publicada nas redes sociais.
O texto afirma ainda que Conte, de 54 anos, será um "primeiro-ministro político de um governo político, proposto por duas forças" que foram eleitas ao Parlamento pelo povo italiano.
Em resposta a possíveis críticas ao fato de os partidos terem escolhido um premiê sem passado político e que não foi eleito nas urnas, Di Maio defendeu que Conte já integrava a lista de potenciais ministros apresentada pelo M5S antes das eleições italianas, em 4 de março.
Em reunião com Mattarella nesta segunda-feira em Roma, Di Maio e o líder da Liga Norte, Matteo Salvini, apresentaram ao presidente seu programa de governo, alcançado após dez dias de negociações e após semanas de impasse político no país europeu.
Após o encontro, o líder do M5S declarou a jornalistas que o objetivo do governo de coalizão será "melhorar a qualidade de vida dos italianos". Salvini complementou que os dois partidos estão agora somente à espera da decisão de Mattarella.
Se o presidente concordar com a nomeação de Conte, o jurista de 54 anos deve aceitar o cargo de premiê, apresentar a lista de ministros que vão compor seu gabinete e submeter seu Executivo ao voto do Parlamento – o que não será difícil, já que M5S e Liga possuem maioria nas Casas.
Após mais de dois meses desde as eleições de março, foi finalmente superada a paralisia que imperava no país europeu, que será agora governado por dois grupos políticos populistas considerados por muito tempo oponentes.
Entre as promessas da coalizão está a aprovação de um subsídio de 780 euros para pessoas com dificuldades financeiras, além da reforma do sistema de previdência.
Os partidos também propuseram fechar todos os acampamentos considerados irregulares onde vivem pessoas de etnia cigana; introduzir a legítima defesa para os cidadãos em seus domicílios; e solicitar aos aliados europeus uma revisão da política monetária.
EK/afp/dpa/efe/lusa
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