Acusações de manipulação de jogos atingem seleção italiana
28 de maio de 2012A polícia italiana chegou às 6h30 desta segunda-feira (28/05) a Coverciano, na Toscana, onde a seleção italiana treina para a Eurocopa 2012. Seu objetivo era revistar as dependências de Domenico Criscito, que joga no Zenit de São Petersburgo, campeão russo.
O lateral esquerdo treinava para a Euro, que começa em 8 de junho próximo. Ainda pela manhã, a Federação Italiana de Futebol anunciou que Criscito não participará da competição.
Vários profissionais do futebol estão sendo investigados no caso de jogos manipulados. O capitão da Lazio, Stefano Mauri, e outros jogadores da Série A italiana foram detidos no âmbito da investigação de jogos combinados para apostas. De acordo com a polícia italiana, Mauri foi um dos 19 detidos numa operação de norte a sul do país.
O procurador de Cremona, Roberto Di Martino, teria provas de que podem ter sido manipulados os jogos da Lazio na temporada passada contra o Gênova e a Lecce. Jogadores das duas equipes, entre os quais Mauri, teriam recebido um total de 600 mil euros. Segundo Di Martino, a manipulação da partida Lecce x Lazio teria gerado um lucro de 2 milhões de euros a uma organização internacional de apostas.
Rede internacional de apostas
Entre os detidos, estão dez atuais ou antigos jogadores das quatro principais séries italianas, como Omar Milanetto, 36 anos, jogador do Pádua.
Também a residência de Antonio Conte, treinador que levou a Juventus ao título italiano desta temporada, foi alvo de buscas pela polícia. Ele é acusado de ter manipulado até oito resultados do Siena, do qual foi técnico em 2011.
Novas acusações atingem ainda Giuseppe Signori, de 43 anos. O ex-jogador da seleção italiana já havia sido detido em julho do ano passado sob a suspeita de manipulação de partidas. Desta vez, a acusação é lavagem de dinheiro.
Na Hungria, foram detidos cinco membros de uma organização ligada a Tan Seet Eng, de Cingapura, que segundo os investigadores teria coordenado uma rede asiática de apostas.
Foi aberto ainda um inquérito contra Massimo Mezzaroma, presidente do Siena, da primeira divisão italiana. Ele é acusado por Carlo Gervasoni, que junto com Cristiano Doni, ex-capitão do Atalanta Bergamo, foi responsabilizado por organizar as fraudes. Gervasoni disse aos investigadores que Mezzaroma teria subornado dois jogadores do Modena na partida contra o Siena em 26 de fevereiro de 2011.
RW/lusa/sid
Revisão: Augusto Valente