Afeganistão investiga rumores de que líder talibã está morto
29 de julho de 2015O Afeganistão investiga os rumores, que ganharam força nesta quarta-feira (29/07) na imprensa internacional, de que o mulá Omar, líder do Talibã, teria morrido há pelo menos dois anos no Paquistão.
Omar não é visto em público desde 2001, quando os Estados Unidos invadiram o Afeganistão e derrubaram o regime talibã. A partir de então, ele liderou uma insurgência sangrenta contra as forças de segurança americanas. Nos últimos anos, o Talibã chegou a divulgar diversas mensagens atribuídas ao líder extremista.
O porta-voz do gabinete presidencial do Afeganistão, Sayed Zafar Hashemi, afirmou que o governo está investigando os relatos sobre a morte do mulá. O grupo extremista ainda não comentou a informação.
"Estamos cientes dos relatos sobre a morte do mulá Omar, líder do Talibã", disse Hashemi. "Ainda estamos no processo de verificação desses relatos. Assim que obtivermos a confirmação, vamos comunicar aos afegãos e à mídia."
Os rumores de sua morte vêm dois dias antes da próxima rodada de negociações entre o governo afegão e representantes do Talibã, que será realizada no Paquistão. Caso seja confirmada, a morte de Omar poderia complicar o processo de paz, pois eliminaria uma figura de liderança dos rebeldes. Até então, eles pareciam agir coletivamente, mas podem se dividir sobre a possibilidade de continuar a guerra ou negociar com o governo.
Sob condição de anonimato, um diplomata ocidental que possui conexões com a liderança talibã afirmou que é importante saber se mulá Omar está vivo ou morto, pois ele é uma figura coletiva para o Talibã.
"Se ele estiver morto, será muito mais difícil seguir com as negociações com o Talibã, pois não haveria nenhuma figura coletiva para reunir todos ao redor e tomar a responsabilidade coletiva por iniciar conversações de paz", afirmou.
Insurgentes talibãs têm espalhado sua guerrilha do sul do Afeganistão até o leste, onde o país faz fronteira com o Paquistão. Em semanas recentes, os rebeldes tomaram o controle de distritos remotos na província de Badakhskan e continuam a lançar ataques em massa em distritos da província de Kunduz, uma região estratégica localizada na fronteira com o Tadjiquistão.
Uma missão militar com forças americanas e da Otan encerrou suas operações estratégicas no país no fim do ano passado.
PV/ap/afp/dpa