Depois de Portugal
13 de julho de 2011A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota dos títulos da Irlanda para o grau especulativo (também chamado "lixo") nesta terça-feira (12/07), alertando que o país – um dos mais endividados da Europa – provavelmente necessitará de um segundo pacote de ajuda.
A nota da Irlanda foi rebaixada de Ba1 para Baa3, o que significa que os títulos do governo irlandês não são, na avaliação da Moody's, apropriados para investimentos, ou seja, têm o grau especulativo. Além disso, o viés é negativo: outros cortes na nota podem ocorrer num futuro próximo.
A decisão desta terça ocorre uma semana após a agência norte-americana de rating ter feito corte semelhante na nota de Portugal. Na opinião da Moodys, futuros pacotes de ajuda, tanto para a Irlanda como para a Grécia e Portugal, exigirão que investidores privados assumam parte das perdas.
Também nesta terça-feira, em Bruxelas, os ministros europeus das Finanças concordaram pela primeira vez que alguma forma de calote será necessária para resolver o problema da Grécia.
Tanto a Standard & Poor's como a Fitch Ratings, duas outras grandes agências de rating norte-americanas, classificam os títulos da Irlanda de BBB+, três notas acima da categoria "lixo". A decisão da Moody's pode, porém, pressionar essas agências a reverem suas notas.
Em nota, a Comissão Europeia lamentou a decisão da Moody's, afirmando que a Irlanda está no caminho certo para sair da crise da dívida.
O governo da Irlanda qualificou o rebaixamento de decepcionante e lembrou que a nota da Moody's está em desacordo com a classificação das outras agências de risco. "Estamos fazendo todo o possível para pôr a nossa casa em ordem e o progresso que estamos fazendo está aí para quem quiser ver", diz a nota do Ministério das Finanças.
Há alguns dias, a decisão da Moody's de rebaixar a nota dos títulos de Portugal foi duramente criticada por lideranças da União Europeia. O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, falou em "examinar as possibilidades para quebrar o monopólio das agências de rating".
AS/rtr/afp/dpa
Revisão: Nádia Pontes