Ai Weiwei afirma que poderá voltar à China
6 de agosto de 2015Em sua primeira longa entrevista desde que chegou a Munique no fim de julho, o artista Ai Weiwei, de 57 anos, afirmou ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung que as autoridades chinesas devolveram seu passaporte com a promessa de que ele poderá voltar para a China.
"Eles me prometeram que eu poderia retornar, o que é muito importante para mim. Eles disseram que eu sou uma pessoa livre", contou Ai Weiwei, um dos críticos mais proeminentes do regime comunista chinês, em entrevista publicada nesta quarta-feira (05/08)
O artista disse ainda que a permissão para sair da China " praticamente não tem" condições. As autoridades chinesas confiscaram o passaporte de Ai Weiwei por quatro anos sob a acusação de evasão fiscal em 2011. Na semana passada, ele recebeu a permissão oficial para poder vir à Alemanha.
"Eles sabem que quero fazer da China um país melhor, que eu me preocupo com as gerações jovens", disse o artista. "Há uma base de confiança. Caso contrário eles não permitiram minhas exibições, um ex-inimigo de Estado. Caso contrário, eles não teriam devolvido meu passaporte", completou.
Longa espera
Após a devolução de passaporte em julho, o artista afirmou que a Alemanha lhe ofereceu um visto de quatro anos. A Universidade das Artes de Berlim (UdK) deu a Ai Weiwei uma vaga de professor visitante. Ele viajou para a capital alemã na quarta-feira.
Em Munique, Ai Weiwei foi recebido no aeroporto por seu filho de seis anos. Na cidade ele passou por série de exames médicos. Segundo o artista, os médicos lhe deram um atestado de saúde.
Na entrevista, Ai Weiwei não comentou sobre planos de visitar o Reino Unido, onde na semana passada a secretária do Interior do Reino Unido, Theresa May, ordenou que fosse concedido ao artista um visto de seis meses, revertendo a retenção de um visto de longa duração ao artista.
CN/afp/dpa/ap