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Airbus não quer lançar hipóteses sobre motivos da queda em Nova York

Laís Kalka

Análise da gravação reforça tese de acidente. Não há alemães entre as vítimas.

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A empresa Airbus recusou-se nesta terça-feira a manifestar qualquer hipótese sobre as prováveis causas da queda da aeronave do tipo A300-600, ontem em Nova York. "Precisamos aguardar o resultado das investigações", contemporizou um porta-voz da empresa em Toulouse, na França.

A primeira análise dos registros de voz a bordo reforça a tese de que o acidente que matou pelo menos 265 pessoas foi causado por falha numa das turbinas. As autoridades não excluem totalmente a possibilidade de um atentado terrorista, mas a gravação na caixa preta não registra nenhuma voz desconhecida, nem ruídos inexplicáveis, anunciou o National Transportation Safety Board, responsável pela apuração do acidente.

Testemunhas oculares relataram que uma das turbinas se desprendeu da aeronave pouco após a decolagem. O avião partiu-se em pelo menos quatro partes e precipitou-se sobre o bairro residencial de Queens. Para chegar a conclusões mais seguras, os investigadores querem analisar ainda a caixa preta que registra os dados do vôo. A Airbus enviou sete especialistas para os EUA, para participar das apurações.

Maioria das vítimas era dominicana

A aeronave acidentada transportava 251 passageiros, dos quais 150 dominicanos que queriam visitar seu país, e nove tripulantes. A lista de passageiros provisória que a American Airlines divulgou hoje (13) registra, além de inúmeros norte-americanos, passageiros da França, Haiti, Taiwan e Colômbia. Tudo indica, portanto, que não há alemães entre as vítimas.

Até a manhã desta terça-feira, tinham sido resgatados 265 corpos, segundo a CNN. Seis moradores de Queens continuam desaparecidos, pelo menos 16 ficaram feridos.

Modelo voa desde 1984

O Airbus do tipo A300-600 vem sendo utilizado para vôos comerciais regulares desde março de 1984. Atualmente, 242 aeronaves desse modelo voam para 27 companhias aéreas em todo o mundo. A empresa não tem qualquer notícia sobre aviões que tenham sido retirados de circulação depois do acidente em Nova York.

Duas quedas anteriores de aviões do mesmo tipo não tiveram nada a ver com falhas dos motores, segundo o porta-voz da Airbus. Em 26 de abril de 1994, morreram 264 pessoas em Nagoya, no Japão, quando uma aeronave de Taiwan bateu com a asa na pista, ao aterrissar, e incendiou-se. Em 16 de fevereiro de 1998, um Airbus da China Airlines teve problemas ao aterrissar em Taipé e avançou sobre uma área residencial, causando a morte de 203 pessoas.