Alemães de olho em negócios com o Iraque
17 de outubro de 2002Exportação crescente - Desde a Guerra do Golfo, em 1990/91, os negócios com o Iraque vêm aumentando continuamente, conforme investigou o Financial Times Deutschland. Em 2001, as empresas alemãs exportaram um volume de 336 milhões de euros; no primeiro semestre deste ano, os produtos exportados para o Iraque chegaram a 226 milhões de euros. Logo após a Guerra do Golfo, o volume só chegava a 2,5 milhões de euros.
Excelente imagem - Mesmo com a atual redução dos contratos, as empresas alemãs conferem uma importância estratégica à sua presença em Bagdá. Afinal, independentemente de uma possível mudança de regime no Iraque, uma suspensão das sanções das Nações Unidas contra o Iraque abrirá grandes possibilidades de investimento para a reconstrução da infra-estrutura do país. "As empresas e os produtos alemães têm uma imagem excelente, o que torna enormes as chances de negócios", constata Helene Rang, de uma associação empresarial de Hamburgo para comércio com o Oriente Médio.
Emancipação da economia - Desde a Guerra do Golfo, o Iraque está submetido às sanções comerciais da ONU. Em decorrência do programa Petróleo por Alimento, o país só pode importar bens de consumo. "A economia não pode continuar se submetendo à política", critica Helene Rang. Há anos que empresas francesas e russas já estão negociando grandes projetos com o governo iraquiano, seja para a exploração de novos poços de petróleo, seja para a modernização de refinarias.
Jogo de paciência - Além destas restrições, exportar para o Iraque implica um complicado trâmite burocrático. Antes de executar seus negócios, as empresas alemãs têm que conseguir o aval do Departamento Federal de Controle de Exportação (BAFA) e das Nações Unidas. O primeiro processo leva cerca de três semanas, em média, sendo que a autorização da ONU pode demorar até 25 semanas. Mas isso parece não incomodar as empresas alemãs, que - até setembro deste ano - já apresentaram cerca de 400 requerimentos à BAFA.