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Alemanha critica interferência russa em suposto estupro

27 de janeiro de 2016

Ministro do Exterior alemão acusa Moscou de instrumentalizar incidente. Após desaparecer em Berlim, Lisa, de 13 anos, disse ter sido sequestrada e estuprada por imigrantes. Polícia alemã descarta versão da adolescente.

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Ministro Steinmeier: autoridades estão fazendo tudo para esclarecer o casoFoto: picture-alliance/dpa/B.v.Jutrczenka

Após a cobrança de Moscou de esclarecimento sobre o suposto sequestro e estupro de uma adolescente teuto-russa em Berlim, o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, acusou nesta quarta-feira (27/11) seu homólogo russo, Serguei Lavrov, de interferência em assuntos internos da Alemanha.

Steinmeier afirmou que não há justificativa para o "uso político" do caso e para a tentativa de "influenciar e incitar o já difícil debate interno sobre migração". O ministro ressaltou que as autoridades alemãs estão fazendo tudo para esclarecer o caso.

"Só posso aconselhar as autoridades russas a se referirem ao atual resultado das investigações", disse o ministro e acrescentou que o Ministério do Exterior da Alemanha fornecerá as informações necessárias para o embaixador russo em Berlim.

Lavrov acusou nesta terça-feira as autoridades alemães de estarem escondendo informações sobre o caso da adolescente de 13 anos, por ela ter apontado imigrantes como seus sequestradores e estupradores.

A jovem, identificada como Lisa, desapareceu no dia 11 de janeiro e reapareceu 30 horas depois. Ela contou à família e aos investigadores ter sido sequestrada numa estação de trem por três homens e levada a um apartamento, onde teria sido estuprada. Segundo ela, os homens falavam mal o alemão e aparentavam ser sul-europeus.

A polícia descartou, no entanto, as hipóteses de sequestro e estupro, afirmando não haver indícios de tais crimes. De acordo com as autoridades, a menina caiu em contradição várias vezes, e sua primeira versão não era credível. As investigações continuam.

A Alemanha advertiu a Rússia pela tentativa de fazer política em cima do caso. Diante do tom de alguns meios de comunicação russos, o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, pediu que se evite "instrumentalizar politicamente o incidente".

CN/rtr/dpa