Alemanha assume presidência do Conselho de Segurança
1 de setembro de 2012A Alemanha assume neste sábado (01/09) a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, grêmio mais poderoso das Nações Unidas, disposta a isolar ainda mais o regime sírio. Durante o mês em que permanecerá como presidente do órgão, a Alemanha também quer aumentar a proteção das crianças em guerras e dar mais ênfase a temas que envolvem a proteção climática.
O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, afirmou durante uma visita a Hong Kong que o "isolamento progressivo" da Síria foi visível no encontro dos Países Não Alinhados, realizado no Irã, que terminou nesta sexta-feira. Westerwelle aprovou de forma especial as claras palavras contra Assad emitidas em Teerã pelo presidente egípcio, Mohammed Mursi, que pediu mais apoio aos opositores de Assad.
A Alemanha também quer dar mais valor ao papel da Liga Árabe, um ator importante na democratização de muitos países árabes e que se converteu num parceiro valoroso da ONU.
Conselho poderoso
O Conselho de Segurança é o órgão mais poderoso das Nações Unidas por ser o único dotado de capacidade de impor sanções e até mesmo de autorizar intervenções militares. O Conselho também pode editar embargos econômicos, proibições de viagens ou congelamento de contas.
Atualmente, o órgão se encontra paralisado sobre a questão síria devido a vetos de Rússia e China a novas sanções contra o governo em Damasco. Os EUA também vetam no grêmio a adesão da Palestina na ONU, enquanto não houver paz com Israel. Juntamente com Reino Unido e França, Rússia, China e EUA são membros permanentes, portanto possuem de poder de veto.
Alemanha faz parte do grupo de dez membros não permanentes e sem direito a veto, os quais são substituídos de forma rotatória. Após dois anos integrando o Conselho, a Alemanha deve deixar o órgão no final deste ano. O Brasil também era membro não permanente até o final do ano passado, quando deixou o cargo.
Novo enviado especial
Este sábado também marca o primeiro dia de trabalho de Lakhdar Brahimi, que assume oficialmente o posto de novo enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria. Diferente de seu antecessor, Kofi Annan, cuja residência é em Genebra, o diplomata argelino vai continuar morando em Nova York. De lá ele espera poder convencer o Conselho de Segurança a chegar a um consenso para um calendário comum de soluções para a violência na Síria.
MD/dpa/afp
Revisão: Mariana Santos