Alemanha bate recorde de calor para mês de junho
26 de junho de 2019Na cidade de Coschen, perto da fronteira com a Polônia, as temperaturas alcançaram 38,6 ºC nesta quarta-feira (26/06), estabelecendo um novo recorde alemão de calor para junho. A máxima anterior para o mês, registrada em 1947, em Bühlertal, no estado de Baden-Württemberg, ficava 0,1 ºC abaixo.
Na terça-feira, a meteorologista Sabine Krüger, do Serviço Alemão de Meteorologia (DWD), alertara que as temperaturas poderiam "chegar aos 39 ºC e, em alguns locais, quebrar a marca dos 40 ºC". Os picos de calor se fizeram sentir fortemente também na área dos rios Reno e Meno, no oeste e centro da Alemanha.
Os dias mais quentes da história do país foram 5 de julho e 7 de agosto de 2015, ambos com 40,3 ºC em Kitzingen, na Baviera. Especialistas acham possível que a marca seja ultrapassada neste ano.
As autoridades alemãs aconselharam a população a tomar medidas para evitar hipertermia, pois o calor acima de 37 ºC pode causar exaustão e até falha cardíaca. O risco é particularmente alto para idosos, bebês e enfermos. As piscinas públicas registraram frequência elevada.
Limites temporários de velocidade foram impostos em diversas autoestradas, devido à possibilidade de que o calor faça o asfalto se deformar ou romper. Brigadas de bombeiros estão de prontidão para combater eventuais incêndios.
A polícia do estado de Brandemburgo divulgou no Twitter imagens de um homem que pilotava sua motocicleta completamente nu (excetuado o capacete e sandálias). Ao ser detido, argumentou: "É que está quente, né?" Declarando-se "sem palavras", as autoridades convidaram os usuários a encontrar uma legenda adequada para a foto.
A onda quente atravessa toda a Europa Central, com a Bélgica e a França também apresentando temperaturas elevadas nos últimos dias. Para cientistas como Stefan Rahmstorf, do Instituto de Pesquisa Climática de Potsdam, a onda térmica é mais um indício de que o clima do planeta está mudando.
"Recordes mensais de calor por todo o globo ocorrem cinco vezes mais frequentemente hoje do que ocorreriam num clima estável", declarou o especialista. "Esse incremento de extremos de calor é exatamente o que previu a climatologia, em consequência do aquecimento global causado pelo aumento dos gases-estufa da combustão de carvão, petróleo e gás."
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