Alemanha elogia resolução da ONU para Oriente Médio
12 de agosto de 2006A resolução é um "sinal da determinação da comunidade internacional de dar fim às hostilidades", declarou neste sábado (12/08) a chanceler federal alemã, Angela Merkel, em Berlim. A chefe de governo lembrou que seu governo "sempre se comprometeu" com uma solução diplomática e disse que "agora é preciso pôr em prática rapidamente" a resolução.
Os 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovaram de forma unânime a resolução, elaborada pelos Estados Unidos e pela França. O documento pede o "cessar das hostilidades" para permitir o início de um plano político destinado a estabelecer os princípios de uma paz duradoura.
Debate sobre presença alemã nas tropas
A Itália já anunciou que pretende enviar 3 mil soldados para manter a estabilidade na região. Segundo a agência de notícias Reuters, a França deve assumir o comando da tropa Unifil, de 15 mil soldados estacionados no sul do Líbano para proteger Israel de agressões do Hisbolá.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, mantém-se reservado sobre uma participação alemã nas tropas. Segundo ele, tanto o governo israelense como grande parte da opinião pública de Israel "não vêem problemas numa eventual participação de soldados alemães". "Temos de considerar isso numa possível decisão do gabinete de governo e no Parlamento", disse.
Já segundo a cadeia alemã de televisão ARD, o presidente do Partido Social Democrata (SPD), Kurt Beck, teria evitado falar sobre uma missão de soldados alemães na fronteira entre Israel e Líbano. Ele defenderia outras formas de ajuda, como a segurança do litoral ou da fronteira com a Síria, ou ainda o apoio à polícia.
Já o inspetor-geral das Forças Armadas, Wolfgang Schneiderhan, disse ao jornal Berliner Zeitung que vê na Bundeswehr condições de participar de uma tropa internacional no Líbano. O ex-ministro da Defesa, o social-democrata Peter Struck, também vê possibilidades de ajuda alemã na missão, mas destacou que ainda não existe nenhuma decisão acerca disso.
O encarregado de Segurança e Política Externa da União Européia, Javier Solana, afirmou neste sábado em Beirute que acredita que a aplicação da resolução "é questão de dias". Para o chefe da diplomacia européia são importantes o fato de a resolução ter sido aprovada de forma unânime no Conselho de Segurança e de ela mencionar não só o cessar-fogo, mas também o futuro posicionamento de uma força internacional.