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Alemanha exige libertação de detidos em atos pró-Navalny

25 de janeiro de 2021

Ministro alemão do Exterior critica detenções de milhares de pessoas durante manifestações em favor do líder oposicionista. UE se reúne para debater formas de pressionar a Rússia.

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Protesto em Moscou
Manifestante é detido durante protesto oposicionista em MoscouFoto: Dmitry Serebryakov/AP Photo/picture alliance

Os ministros do Exterior da França, Jean-Yves Le Drian, e da Alemanha, Heiko Maas, criticaram nesta segunda-feira (25/01) as detenções de milhares de pessoas no sábado na Rússia, durante manifestações de apoio ao opositor Alexei Navalny.

"A Constituição russa dá a todos o direito de expressar sua opinião e de participar de manifestações", observou Maas em Bruxelas, onde ele participará de uma reunião da União Europeia (UE) para debater medidas para pressionar a Rússia. O ministro alemão ainda exigiu a libertação dos que foram detidos.

Le Drian disse que as detenções são um "desvio autoritário muito perturbador". "O enfraquecimento do Estado de direito por essas detenções coletivas e preventivas é intolerável", afirmou o ministro francês à emissora France Inter.

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, defendeu que a UE imponha sanções ao governo russo.

A polícia russa deteve cerca de 3.300 pessoas nos protestos de sábado em mais de cem cidades, segundo o OVD-Info, um grupo não governamental que contabiliza detenções por motivos políticos. Os manifestantes exigiam a libertação de Navalny.

Os atos ocorreram não apenas em Moscou e São Petersburgo, mas também em cidades de menor porte, como Novosibirsk, Nizhny Novgorod, Voronezh, Kazan e Jabarovsk.

Os Estados Unidos criticaram os "métodos brutais" usados pela polícia russa para reprimir os manifestantes e exigiram a libertação imediata do líder da oposição, além de considerar que há indícios de novos ataques às liberdades fundamentais da sociedade civil. A Rússia acusou Washington de ingerência em assuntos internos.

Gritos de "Putin, ladrão!" ou "Nós somos o poder!" foram ouvidos em todo o país nas manifestações a favor do líder da oposição.

Navalny foi detido ao retornar à Rússia em 17 de janeiro, depois de cinco meses na Alemanha, onde se recuperou de um envenenamento. Ele é acusado de violar as regras de liberdade condicional de uma condenação de 2014, fruto de um processo considerado politicamente motivado e declarado ilícito pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos.

Navalny deve permanecer em prisão preventiva até pelo menos 15 de fevereiro. Vários instituições internacionais e países, inclusive a União Europeia, já apelaram à libertação imediata do opositor russo.

Envenenamento

Em agosto de 2020, Navalny foi envenenado com um agente neurotóxico durante uma viagem à Sibéria, um ataque que ele atribui ao governo russo. Moscou vem rechaçando todas as imputações de ter envenenado o ativista.

Depois de ele ter sido transferido às pressas para tratamento em Berlim, cientistas de Alemanha, Suécia e França atestaram nele vestígios de Novichok, substância tóxica procedente da era soviética. O diagnóstico foi confirmado por testes da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq).

O envenenamento do oposicionista russo e seu posterior tratamento na Alemanha têm sido objetos de atrito entre a Rússia e a União Europeia. No fim de 2020, a UE impôs proibições de ingresso e congelou as contas bancárias de diversas autoridades russas, entre as quais o diretor do serviço de inteligência russo FSB, Alexander Bortnikov.

AS (Lusa, Efe, Reuters)