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Alemanha goleia e se classifica finalmente para Copa de 2002

Marcio Weichert15 de novembro de 2001

Alívio geral. Equipe de Rudi Völler massacra Ucrânia. Em menos de 15 minutos, partida já estava decida.

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Seja gritando em coro ou com letras no chapéu, a torcida alemã agradeceu a classificação ao técnico Rudi VöllerFoto: AP

Com três gols relâmpagos, a Seleção Alemã afastou logo de cara o fantasma de ficar de fora da Copa do Mundo de 2002 e carimbou seu passaporte para o Japão e a Coréia do Sul. Com uma garra que há muito tempo não se via no selecionado nacional, a Alemanha goleou a Ucrânia por 4 a 1, em Dortmund, e garantiu sua 15ª participação desde 1934 num mundial de futebol. Quatro dias após o morno 1 a 1 em Kiev, não era de se esperar o show que a equipe do técnico Rudi Völler deu diante dos 52.400 espectadores no lotado Westfalienstadion.

Em menos de 15 minutos a classificação já estava assegurada. Desde o apito inicial, o time alemão partiu para cima do ucraniano, cuja defesa acabou não resistindo à marcação sob pressão. Aos 3 minutos, Nesmachny atrapalhou-se com a bola e permitiu que Schneider a roubasse, corresse para a linha de fundo e cruzasse, para Ballack cabecear e abrir o marcador. Aos 10 minutos, Neuville ampliou e, aos 14, Rehmer praticamente pôs o ponto final em qualquer dúvida sobre a ida da Alemanha à Copa.

Atordoada, a seleção da Ucrânia pouco apresentou em campo. Aos 6 minutos do segundo tempo, em jogada de contra-ataque, Ballack, novamente de cabeça, fez o quarto gol alemão. O jogo ganhou então ares de amistoso, enquanto a torcida não cansava de gritar o nome do treinador alemão, "Rudi, Rudi", e a cantar Oh, wie ist das schön ("Ó, como isto é bonito"), um refrão sempre usado pelos alemães em momentos de alegria. Nem mesmo o gol de honra da Ucrânia, marcado por sua principal estrela, Shevtshenko, já nos descontos, pôde esfriar a festa dentro do estádio. Do lado de fora, os termômetros marcavam pouco acima de zero grau.

Alívio

– "Quando penso no que passamos nas últimas semanas, sinto-me muito aliviado", confessou o técnico Völler, radiante. "Estamos satisfeitos e felizes", acrescentou Franz Beckenbauer, vice-presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB). Para o goleiro Kahn, nada será como antes: "A equipe realmente explodiu. Acho que estamos diante de bons tempos."

Com a classificação para o mundial, a Seleção Alemã encerrou um longo período de agônia. Até 1º de setembro, ninguém duvida de sua presença no Japão e na Coréia. Mas na noite daquele dia, em pleno Estádio Olímpico de Munique, a seleção da Inglaterra goleou inesperadamente a Alemanha por 5 a 1, roubando-lhe a liderança do Grupo 9 das Eliminatórias Européias e impondo uma vantagem no saldo de gols irrecuperável. O resultado reinstalou a insegurança na equipe alemã, que vinha, sob o comando de Rudi Völler, se recuperando do fracasso na Eurocopa de 2000.

Na última rodada, a Alemanha poderia ter retomado a liderança, graças ao tropeço dos ingleses com a Grécia, mas psicologicamente ainda abalada foi incapaz de sair do 0 a 0, em casa, com a Finlândia. Obrigada a disputar a repescagem e sob pressão enorme, a Alemanha foi a Kiev com medo e voltou no sábado passado com um importante 1 a 1. O desempenho do time, porém, não era de convencer.

A classificação para a Copa de 2002 é um alívio não só para os jogadores e a torcida alemã. A própria Fifa, as emissoras de tevê detentoras dos direitos de transmissão do mundial e patrocinadores podem dormir agora tranqüilos, certos da presença de mais uma seleção tricampeã mundial.