Defesa cibernética
16 de junho de 2011Anúncio
O ministro do Interior da Alemanha, Hans-Peter Friedrich, inaugurou oficialmente nesta quinta-feira (16/06) em Bonn o centro de defesa cibernética do país. O novo centro deverá melhorar o combate e intensificar a investigação de ataques provenientes do ciberespaço, criando uma estrutura de cooperação entre órgãos estatais alemães.
O centro, que está ligado ao Departamento para Segurança na Tecnologia de Informação (BSI) da Alemanha, iniciou suas atividades em abril e mantém um ritmo intenso de trabalho. Conforme o diretor de tecnologia de informação (TI) do Ministério alemão do Interior, Martin Schallbruch, diariamente são registrados, em média, de três a cinco ataques – das mais diversas formas – a sistemas de computadores do governo.
Cada agência governamental avalia a gravidade dos casos, para acionar ou não a defesa cibernética. "O centro não é um novo órgão estatal, mas uma plataforma de informação e cooperação. Os indícios [de ataques] são tecnicamente analisados, como também é procurada a motivação do autor do crime", esclarece a encarregada de TI do governo alemão, Cornelia Rogall-Grothe.
Proteção contra espionagem
Conforme Rogall-Grothe, a maioria dos ataques são provenientes da esfera civil e se relacionam à espionagem econômica. O BSI não somente engloba a nova estrutura de segurança, mas também disponibiliza seis dos 10 funcionários da nova plataforma.
Dois integrantes do Departamento Federal de Proteção da População e Auxílio em Catástrofes (BKK) e outros dois do Departamento Federal de Proteção da Constituição (BfV) também trabalham no centro.
Aos poucos, funcionários de diversos órgãos de segurança do Estado alemão também devem ser inseridos no novo sistema. Neste mês, também serão incluídos representantes da Polícia Federal da Alemanha, do Departamento Federal de Investigações, do Serviço Federal de Informações, das Forças Armadas e do Departamento Federal de Controle Alfandegário.
Decisão de governo
Ciberataques são bastante frequentes na Alemanha. Na 47ª Conferência de Segurança de Munique, no ano passado, a premiê alemã, Angela Merkel, afirmou que a ciberguerra seria tão perigosa quanto uma guerra convencional. Conforme informações do Ministério do Interior, em 2010, a cada dois segundos, houve um ataque à internet na Alemanha.
Autoridades alemãs, como o ministro da Defesa, Thomas de Maizière, já declararam que o governo acredita que ataques à sua rede seriam provenientes de serviços estrangeiros de inteligência. O novo centro em Bonn é parte de uma estratégia de defesa contra ataques cibernéticos definida pela Alemanha em fevereiro.
Smartphones, netbooks e tablets
Em entrevista ao jornal Frankfurter Rundschau, o ministro alemão do Interior, Hans-Peter Friedrich, alertou para o perigo crescente de ataques cibernéticos contra os sistemas de abastecimento de água e energia elétrica da Alemanha.
"Não se pode mais administrar infraestruturas delicadas como as de abastecimento de água e energia sem um sistema extremamente moderno de TI. Os riscos de ciberataques são cada vez maiores", disse o ministro.
A imprensa alemã também deu destaque ao relatório sobre a situação de segurança no setor de TI, divulgado nesta quinta-feira. O relatório chamou atenção principalmente para os ataques provenientes de minicomputadores móveis, escreveu o jornal de economia Financial Times Deutschland.
"Um desafio cada vez maior é a propagação de smartphones, netbooks e tablets, através dos quais cresceu substancialmente o número de crimes cibernéticos", escreveu o FTD, citando informações do relatório.
MP/dpa/dw
Revisão: Carlos Albuquerque
Revisão: Carlos Albuquerque
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