Alemanha não enviará soldados para o Congo
10 de junho de 2003Nenhum soldado alemão participará da missão de paz da União Européia no Congo. Tanto o ministro da Defesa, Peter Struck, como o chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, foram unânimes nesse ponto, após o encontro com o presidente da França, Jacques Chirac, nesta terça-feira (10), na Chancelaria Federal, em Berlim. Apontando para as possibilidades limitadas do Exército de seu país, Schröder afirmou: "Não podemos fazer mais do que ajudar". O premiê expressou satisfação pelo fato de Chirac não haver feito "qualquer tipo de exigência".
O presidente francês acentuou a importância da intervenção naquele país africano, a primeira missão de paz da UE fora da Europa. A participação alemã na região de crise congolesa é uma "contribuição modesta", mas uma importante demonstração de solidariedade européia. Afinal não seria justo exigir da Alemanha o mesmo empenho que tem demonstrado quanto ao Afeganistão. Chirac reconheceu que os recursos disponíveis para tal tipo de iniciativa estejam praticamente esgotados.
Segundo o ministro Struck, o gabinete governamental deverá reunir-se na próxima sexta-feira, para decidir de que forma as Forças Armadas alemãs apoiarão as tropas da UE em território congolês. Possivelmente a Bundeswehr assumirá os transportes aéreos para a vizinha Uganda, além de organizar aviões especiais para o auxílio médico. Segundo o atual cronograma, o Parlamento deverá deliberar a respeito já em 18 de junho, por ocasião da assembléia extraordinária sobre a reforma do sistema de saúde.
Guerra sangrenta
A liderança da operação no Congo cabe à França, que começou a enviar seus soldados no fim de semana passado. Ela empregará a maior parte da tropa internacional na pacificação da província de Ituri. Somente nas últimas duas semanas mais de 500 civis foram mortos naquela região, nas lutas entre as milícias das etnias hema e lendu. Desde seu início, em 1999, a guerra civil já fez 50 mil vítimas fatais.
O Conselho de Segurança da ONU autorizou a mobilização de uma tropa de 14 mil homens para dar fim aos conflitos, dentre os quais, mil da França. Os restantes virão de outros países da UE, assim como do Canadá e da África do Sul.