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Alemanha pede que seus cidadãos deixem a Ucrânia

19 de fevereiro de 2022

Ministério do Exterior alemão eleva o alerta sobre a Ucrânia, citando mobilização de militares russos na fronteira e risco de confronto militar a qualquer momento. Lufthansa suspende voos para Kiev e Odessa.

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Vista de Kiev
Governo alemão já havia recomendado aos cidadãos que deixassem a Ucrânia, alerta atual é mais urgente Foto: DW

O Ministério do Exterior da Alemanha elevou neste sábado (19/02) o nível de alerta de segurança sobre a Ucrânia e pediu que todos os cidadãos alemães deixem imediatamente o país do Leste Europeu, citando que um confronto militar é possível a qualquer momento.

O governo alemão já havia recomendado, no sábado passado, aos cidadãos alemães que deixassem a Ucrânia, mas a última advertência é mais urgente.

O que o ministério está dizendo?

"Os cidadãos alemães são urgentemente solicitados a deixar o país agora", diz o aviso no site do ministério.

"As tensões entre a Rússia e a Ucrânia aumentaram à luz da forte presença e dos movimentos das tropas russas próximas das fronteiras da Ucrânia, que continuaram a se ampliar. Um confronto militar é possível a qualquer momento."

"Viaje para fora do país em tempo hábil", diz o aviso. "Se houver um ataque russo à Ucrânia, as opções de assistência aos cidadãos alemães são muito limitadas."

No início desta semana, a pasta divulgou que a maioria dos funcionários da embaixada alemã em Kiev e seus familiares já havia deixado o país.

Lufthansa suspende voos; França e Brasil emitem alerta

Neste sábado, a companhia aérea alemã Lufthansa informou que todos os vôos para Kiev e para a cidade ucraniana de Odessa, no litoral do Mar Negro, estarão suspensos a partir de segunda-feira, "por enquanto até o final de fevereiro".

O Ministério das Relações Exteriores da França também pediu aos cidadãos franceses que estejam no leste da Ucrânia que saiam dessa região imediatamente, e recomendou que aqueles que estejam no país sem motivo urgente deixem a Ucrânia. A companhia aérea Air France, por ora, manteve todos seus voos programados para o país.

Mais tarde, a embaixada do Brasil na Ucrânia também divulgou um comunicado pedindo que os brasileiros saiam "sem demora" das províncias de Donetsk e Lugansk, e que todos os brasileiros no país fiquem atentos sobre o cancelamento de voos internacionais.

"Aconselha-se aos cidadãos que já estejam nessas regiões que considerem deixá-las sem demora. Os cidadãos brasileiros na Ucrânia devem ainda estar atentos à possibilidade de novos cancelamentos ou adiamento de voos internacionais na próxima semana", informa o comunicado da embaixada brasileira.

Os anúncios vieram após a intensificação dos combates nas regiões de Donetsk e Lugansk, onde separatistas apoiados pela Rússia autoproclamaram em 2014 duas "repúblicas populares".

Na sexta-feira, o presidente americano, Joe Biden, afirmou estar convencido de que o presidente russo, Vladimir Putin, já tomou a decisão de invadir a Ucrânia, e disse ter razões para acreditar que isso irá ocorrer nos próximos dias e deve incluir também um ataque a Kiev. Líderes da Otan também disseram que a Rússia pode estar buscando um pretexto para atacar.

Nas últimas semanas, diversos líderes mundiais engajaram-se em esforços diplomáticos pata tentar evitar uma guerra na Europa, em meio a tensões crescentes entre o Ocidente e a Rússia.

Cerca de 150 mil militares russos estão mobilizados em torno das fronteiras com a Ucrânia. A Rússia afirma que não tem intenção de invadir o país vizinho, mas fez diversas exigências ao Ocidente, como uma garantia de que a Ucrânia não será admitida como membro da Otan e a retirada de militares americanos de países da Europa Central e do Leste Europeu.

bl (Reuters, AFP)