Alemanha perdeu o rastro de 160 cidadãos seguidores do EI
24 de junho de 2019O governo da Alemanha perdeu o paradeiro de mais de 160 cidadãos alemães seguidores do grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI) que viajaram ao Iraque e à Síria para se juntar à milícia.
O dado, publicado neste domingo (23/06) pelo jornal Welt am Sonntag, foi fornecido pelo Ministério do Interior alemão após um pedido do Partido Liberal Democrático (FDP).
A pasta disse acreditar que muitos dos combatentes alemães tenham morrido em confrontos nesses países do Oriente Médio, embora, "em raros casos, esses indivíduos possam ter conseguido escapar e/ou desaparecer".
O ministério frisou ser muito improvável que esses cidadãos tenham voltado despercebidos à Alemanha, considerando "várias medidas (incluindo listas de procurados e proibições de entrada no país) que tornam a reentrada não controlada muito mais difícil".
Além disso, "prevê-se que, no futuro, entrar sem o conhecimento das autoridades de segurança alemãs continue a ser uma exceção", acrescenta o órgão.
A secretária-geral do FDP, a parlamentar Linda Teuteberg, rebateu a fala do governo afirmando ser alarmante que novas medidas não estejam em vigor para impedir que possíveis fugitivos do EI retornem à Alemanha, dada "a conhecida proteção incompleta nas fronteiras externas da União Europeia".
Teuteberg também acusou o governo de não ter "um plano para lidar com combatentes estrangeiros na Alemanha" ou responsabilizá-los por suas ações. "Isso se aplica aos alemães detidos nas zonas de conflito, bem como aos mais de 200 ex-apoiadores do EI que estão agora de volta à Alemanha", disse a parlamentar ao Welt.
Segundo ela, uma maneira de resolver essa lacuna seria fortalecendo a capacidade das autoridades alemãs de investigar e processar crimes de guerra no exterior.
Segundo dados do governo, desde 2013 cerca de 1.050 alemães viajaram ao Oriente Médio para se unir a grupos terroristas. Aproximadamente um terço deles retornou à Alemanha, onde muitos são processados ou colocados em programas de reabilitação. Outros 220 foram confirmados mortos na Síria ou no Iraque, e dezenas estão detidos em prisões no exterior.
EK/afp/epd/kna
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