Alemanha pode assumir comando das tropas no Afeganistão
26 de janeiro de 2002As informações foram publicadas pelo diário Leipziger Volkszeitung e pela revista semanal Der Spiegel. De acordo com a revista, os detalhes só seriam dados a conhecer oficialmente na próxima, quando o chanceler Gerhard Schröder viaja a Washington para conversações com o presidente americano George W. Bush. Entre outras coisas, o chefe do governo alemão deverá tratar sobre a disposição da Alemanha em assumir o comando das tropas internacionais ISAF, em Cabul.
O contingente das Forças Alemãs no Afeganistão, até agora de cerca de 300 especialistas, deverá ser elevado para cerca de mil homens até meados de fevereiro, segundo Der Spiegel. Existe um assentimento prévio do Parlamento federal para um contingente máximo de 1200 soldados. A autorização parlamentar para a missão é também limitada, inicialmente, a seis meses, expirando no dia 20 de junho de 2002. A partir de abril, o comando das forças da ISAF terá de ser assumido por outro país, pois a Grã-Bretanha só aceitou a incumbência pelo prazo de três meses.
Ministério desmente –
Um porta-voz do Ministério da Defesa desmentiu, em Berlim, que existam planos por parte das Forças Armadas alemãs de ampliar a missão e assumir o comando das tropas em Cabul. A revista Der Spiegel afirma, contudo, que o plano existe e que estaria condicionado a que as Forças Armadas alemãs deixem o comando das tropas internacionais na Macedônia e a que possam retirar uma parte do seu contingente estacionado na Bósnia.O comandante das tropas alemãs em Cabul, general Carl Hubertus von Butler, prevê operações militares também fora da capital do Afeganistão. Von Butler afirmou a Der Spiegel, que é preciso concentrar-se em Cabul, no momento, mas "se esta semente de segurança vingar, então ela poderá espalhar-se também para fora".
Isto viria ao encontro das reivindicações feitas pelo ministro afegão do Interior Junis Kanuni. Numa entrevista ao semanário alemão Welt am Sonntag, Kanuni afirmou: "Necessitamos da ISAF para poder combater eficientemente o terrorismo e a criminalidade nas grandes cidades. Cabul é um modelo que queremos ampliar." A ampliação da tarefa das tropas de paz já estaria sendo negociada com as Nações Unidas, acrescentou.