Alemanha quer aprender da Suécia e Finlândia
23 de maio de 2002A ministra alemã da Educação e Pesquisa, Edelgard Bulmahn, esteva na Suécia e Finlândia para informar-se sobre o sistema escolar daqueles países escandinavos, que tiveram ótimo desempenho no estudo internacional Pisa de avaliação de estudantes, principalmente a Finlândia, que ficou em primeiro lugar.
Além da acentuada capacidade de compreensão de textos e das habilidades matemáticas, impressiona naqueles países a integração entre os alunos de diferentes proveniências sociais, inclusive filhos de imigrantes, um dos pontos fracos da Alemanha.
Na Suécia, por exemplo, o ensino básico compreende nove séries em que as matérias são as mesmas para todos os alunos. Notas são atribuídas apenas a partir do final da oitava série. Até então, existe uma intensiva troca de informações entre professores e pais sobre o desempenho e o comportamento dos alunos. O fomento ao indivíduo tem prioridade absoluta.
A Alemanha, por sua vez, é caracterizada por um sistema em que os alunos são submetidos a grande pressão desde o início, já que, após as quatro séries da escola primária, são encaminhados, com base nas notas e nas recomendações dos professores, para um dos três tipos de escolas secundárias que se diferenciam muito entre si quanto ao nível de exigências.
O debate sobre as reformas necessárias na Alemanha não está encerrado. Com a Finlândia, a ministra Bulmahn assinou um convênio que prevê um amplo intercâmbio de professores. Mas, na Alemanha, as questões de ensino são primordialmente de competência dos estados.
A Conferência dos Secretários Estaduais de Educação está reunida nesta quinta e sexta-feira (24 e 25), em Eisenach. Os temas principais são as conseqüências da avaliação Pisa e as da tragédia no ginásio de Erfurt, onde um estudante que fora expulso matou 16 pessoas e se suicidou em seguida, em fins de abril.