Revanche
6 de julho de 2010Alemanha e Espanha se enfrentam nesta quarta-feira (07/07), em Durban, pelas semifinais da Copa do Mundo de 2010. É impossível pensar neste jogo sem lembrar que há dois anos estas duas seleções decidiram a Eurocopa. Na ocasião, os ibéricos venceram por 1 a 0.
Do lado alemão, apenas nove jogadores do elenco atual estavam naquela competição. Mas é o suficiente para que a derrota esteja fresca na memória e a comissão técnica se preocupa com isto. "Nós temos que tomar cuidado para não respeitar demais a Espanha, porque ainda temos a final de 2008 na cabeça e porque a Espanha domina o futebol mundial há dois ou três anos", alertou Oliver Bierhoff, gerente da seleção.
Os espanhóis também fazem esforço para não pensar no passado. "Este é o jogo mais importante da nossa história. Tem um significado ainda maior do que a final da Eurocopa há dois anos", disse o goleiro Iker Casillas.
"Aquilo já foi há muito tempo", acrescentou Casillas. "Agora a Alemanha é o melhor time da Copa. Quem ganha de 4 a 1 da Inglaterra e de 4 a 0 da Argentina tem grande qualidade. Mas nós não viemos à África do Sul para ser quarto lugar. Vamos dar tudo pela final", completou o goleiro, que é também o capitão da seleção espanhola.
"Vários Messis"
Enquanto Casillas aponta a Alemanha como melhor time da Copa, os alemães demonstram o mesmo tipo de respeito. Depois da impressionante vitória sobre a Argentina nas quartas de final, o técnico Joachim Löw espera um jogo mais difícil. O argentino Lionel Messi – melhor do mundo na última temporada – foi parado pela defesa alemã. Contudo, os espanhóis "não têm um Messi, mas sim vários Messis", segundo Löw.
O maior destaque espanhol é David Villa, que marcou cinco dos seis gols da Fúria na Copa. Com certeza, ele está na lista de "Messis" de Löw, à qual Bierhoff acrescenta outros nomes. "Os espanhóis têm, além de Villa, Xavi, Iniesta, Alonso e Torres. Todos podem decidir", disse o gerente da seleção.
Fernando Torres, citado por Bierhoff, foi quem marcou o gol do título espanhol há dois anos. No entanto, ele não faz um bom Mundial, pois vem sofrendo com problemas físicos, e ainda não balançou as redes. O atacante é dúvida para esta partida e pode ser substituído por Cesc Fàbregas, que daria mais força ao meio-campo.
Do lado alemão, as contusões de Friedrich e Khedira não se mostraram graves e os dois estão confirmados. Apenas um desfalque é certo. Thomas Müller, um dos artilheiros do time com quatro gols, está suspenso com dois cartões amarelos. Seu substituto mais provável é Piotr Trochowski, sendo que Toni Kroos e Cacau – que também se recuperou de contusão – correm por fora na disputa.
Naturalmente, Joachim Löw lamentou a ausência de uma de suas principais peças, mas lembrou que a Alemanha perdeu muitos jogadores durante a preparação para o Mundial, inclusive o capitão Michael Ballack. "O time reagiu admiravelmente sempre que faltaram jogadores importantes", disse o treinador.
Alemanha é melhor em Mundiais
O retrospecto espanhol em Mundiais deixa a desejar. Esta é apenas a segunda vez na história que o time chega entre os quatro primeiros. A outra foi em 1950, quando a decisão era num quadrangular – em vez de uma final em partida única – e a Espanha terminou na quarta posição.
Isto explica a obsessão espanhola. A atual geração tem jogadores de qualidade e pode romper esta barreira. "É um grande mérito dos jogadores estarem entre os quatro melhores. Mas isto não pode nos impedir de avançar ainda mais. É verdade que no passado teria sido suficiente apenas estar nas finais. Agora nós temos que tentar vencer", observou o técnico Vicente del Bosque.
Enquanto isto, a tradição da camisa alemã fala por si só, com três estrelas sobre o escudo. Além dos títulos, em 1954, 1974 e 1990, houve mais quatro aparições alemãs em finais de Copas do Mundo. Em confrontos diretos entre Alemanha e Espanha, o saldo é de duas vitórias alemãs – em 1966 e 1982 (Alemanha Ocidental) – e um empate – em 1994.
Autor: Tadeu Meniconi
Revisão: Roselaine Wandscheer