Sem ajuda à Grécia
22 de março de 2010A chanceler federal alemã, Angela Merkel, descartou novamente nesta segunda-feira (22/03) uma ajuda de emergência para a Grécia, argumentando que Atenas não pediu dinheiro.
Segundo Merkel, um plano de emergência para ajudar a Grécia não está na ordem do dia do encontro dos chefes de governo e de Estado da União Europeia (UE) marcado para estas quinta e sexta-feira em Bruxelas.
Tal plano só seria necessário se um país da zona do euro estivesse diante de uma situação iminente de insolvência. "Por sorte a Grécia não está nessa situação", declarou Merkel em Berlim, após um encontro com o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek.
Em Bruxelas, durante um encontro de ministros do Exterior da UE, o representante alemão, Guido Westerwelle, repetiu a mesma posição. "Não vemos nenhuma necessidade de tomar hoje decisões definitivas", declarou. "Até o momento a Grécia não pediu dinheiro. Por isso não há a necessidade de decidir."
França, Itália e Espanha apoiam ajuda
A Alemanha está cada vez mais isolada na sua posição. A Comissão Europeia e diversos países europeus – entre eles a França, a Espanha e a Itália – pressionam para que uma decisão sobre um plano de ajuda emergencial saia ainda esta semana, durante o encontro de cúpula em Bruxelas.
A ideia de um plano emergencial foi apoiada nesta segunda-feira durante o encontro de ministros do Exterior. Vários ministros respaldaram a sugestão feita pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, de elaborar um novo sistema de ajuda que, em caso de necessidade, permita empréstimos bilaterais entre países-membros da zona do euro.
Barroso considera que o plano é necessário caso a Grécia não possa enfrentar sozinha a pressão dos mercados financeiros. Ele defende que a proposta seja aprovada esta semana durante a cúpula de Bruxelas.
"Apoiamos cem por cento essa questão", disse o ministro italiano do Exterior, Franco Frattini. "Devemos encontrar uma solução antes da cúpula." O ministro francês, Bernard Kouchner, também defendeu o apoio à Grécia.
Grécia: "Não pedimos dinheiro"
Em Atenas, o primeiro-ministro grego, George Papandreou, disse que a União Europeia necessita de um mecanismo forte de ajuda aos países endividados, em vez de entregar a eles dinheiro em excesso para desviar os ataques dos especuladores.
"Esse é o apoio que peço, não apoio para um resgate, mas para assegurar um período significativo de calma e estabilidade, necessárias para adotar as grandes medidas que nosso país requer", declarou ao Parlamento grego. "Faremos isso com nossos próprios meios. Não pedimos dinheiro."
AS/dpa/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer