Supercomputador alemão
14 de novembro de 2007Capaz de resolver 167 trilhões de cálculos por segundo (167 teraflop), Jugene, como é chamado o supercomputador do Centro de Pesquisas de Jülich (oeste alemão), não só é o computador mais rápido da Europa, como também o de uso civil mais rápido do mundo.
À frente dele, com um desempenho de 478 trilhões de cálculos por segundo (478 teraflop), está o Blue Gene/L, do centro de pesquisas nucleares Lawrence Livermore National Laboratory, da Califórnia. A lista dos 500 computadores mais rápidos do mundo foi apresentada nesta segunda-feira (12/11) em Reno, nos Estados Unidos.
Aplicações na pesquisa
Pela primeira vez desde que esta lista começou a ser publicada, em 1993, um computador europeu aparece em segundo lugar. Tanto em empresas do setor farmacêutico como em institutos de pesquisa, cresce rapidamente a demanda de computadores ultra-rápidos.
O desenvolvimento de novos medicamentos, a pesquisa no campo genético ou os cálculos do desenvolvimento do clima exigem, hoje, computadores supereficientes. Com a rapidez dos grandes sistemas de computação, os pesquisadores podem inclusive simular as funções de uma célula, exemplificou o diretor do Centro de Pequisas de Jülich, Thomas Lippert.
Para fazer isso, um computador pessoal levaria milhares de anos. Jugene (de Jülich Blue Gene), que entrará oficialmente em funcionamento só em fevereiro do próximo ano, é cerca de 20 mil vezes mais rápido do que um computador pessoal convencional.
Econômico no consumo de energia
Acomodado em 16 armários do tamanho de uma cabine telefônica, Jugene foi concebido pela IBM e tem 65.536 processadores PowerPC, que, segundo o centro de Jülich, estão interligados por uma rede de comunicação extremamente eficiente. Segundo Lippert, a característica peculiar de Jugene é sua extraordinária economia de energia.
O campeão da lista dos 500 supercomputadores do mundo é, pela sétima vez, o Blue Gene/L na Califórnia, cuja tarefa, entre outras, é a simulação de reações nucleares. Pela primeira vez na história do ranking aparece um computador da Índia entre os dez primeiros colocados.
Já o MareNostrum, instalado numa antiga igreja em Barcelona (Espanha), que no ano passado ainda era o computador mais rápido da Europa, com 63,8 teraflop, aparece em 13º lugar no ranking mundial. O segundo mais rápido da Alemanha, um sistema SGI de 56,5 teraflop do Centro de Processamento de Dados Leibniz, em Munique, é o 15º colocado entre os primeiros 500.
Europa aumenta presença no setor
O Brasil também tem uma máquina nessa lista, só que na 451ª posição. Trata-se de um computador da Petrobrás, usado para processar projetos de exploração de petróleo em águas profundas.
Os EUA lideram o ranking com 284 dos 500 sistemas listados, seguidos pela Europa, que pulou de 127 para 149 sistemas, e pela Ásia, com 59 supercomputadores, 14 a menos do que em junho passado.
A concorrência entre a Europa, os EUA e o Japão pela fabricação de supercomputadores aumentou nos últimos anos. Atualmente, a demanda na Europa é três vezes maior do que os recursos disponíveis, disse Victor Alesandrini, diretor do consórcio europeu de supercomputadores Deisa. (dpa/rw/gh)