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Alemanha tem maior inflação anual desde a Reunificação

17 de janeiro de 2023

Taxa fecha 2022 em 7,9%, superando também o recorde da antiga Alemanha Ocidental. Guerra na Ucrânia e crise econômica impulsionaram sobretudo os preços da energia e dos alimentos.

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Extra-Geld vom Chef als Inflationsausgleich
Foto: Monika Skolimowska/dpa/picture alliance

A inflação na Alemanha fechou 2022 em 7,9%, a maior taxa anual registrada no país desde a Reunificação, em 1990, apontaram dados definitivos divulgados pelo Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) nesta terça-feira (17/01).

O recorde anterior para a antiga Alemanha Ocidental, de 7,6% em 1951, também foi superado.

"A taxa de inflação anual historicamente alta foi impulsionada principalmente pelo aumento extremo dos preços de produtos energéticos e alimentos desde o início da guerra na Ucrânia", afirmou a presidente do Destatis, Ruth Brand.

A inflação de 2022 foi significativamente mais alta do que a dos anos anteriores. Em 2021, a taxa havia sido de 3,1%.

As taxas mensais de inflação se mantiveram elevadas ao longo de todo o ano passado, tendo alcançado 10% em setembro e o índice mais alto, 10,4%, em outubro. Em novembro, voltou para 10%, e em dezembro recuou para 8,6%. 

Segundo Brand, os efeitos da crise econômica e da guerra na Ucrânia, como os gargalos de abastecimento e aumentos significativos de preços, marcaram o ano como um todo.

"Mesmo que esses aumentos de preços não fossem totalmente repassados aos consumidores, a energia e os alimentos em particular se tornaram visivelmente mais caros para eles", afirmou.

A presidente do Destatis apontou que as altas taxas mensais de inflação foram temporariamente mitigadas por medidas de alívio. Entre elas, estiveram o bilhete mensal subvencionado de 9 euros para o transporte público, um desconto nos preços dos combustíveis e a redução do imposto sobre gás e aquecimento.

Sem energia e alimentos, inflação seria de 4%

A energia encareceu 34,7% em 2022 em relação ao ano anterior, após uma alta de 10,4% em 2021.

A energia das residências saltou 39,1%, com aumentos particularmente acentuados nos preços do gás natural (64,8%) e óleo para calefação (87%). A energia elétrica subiu 20,1%, e os combustíveis, 26,8%.

Sem levar em conta os preços de energia, a taxa anual de inflação de 2022 teria ficado em 4,9%.

Os preços dos alimentos aumentaram 13,4% em 2022, com todos os grupos alimentícios afetados. Tiveram uma alta acima da medida gorduras e óleos (36,2%), como manteiga e óleo de girassol, assim como laticínios e ovos (19,7%).

Se excluídos tanto os alimentos quanto a energia, a inflação de 2022 teria ficado em 4%, cerca da metade da taxa registrada.

Para 2023, a maioria dos especialistas prevê uma desaceleração da inflação. O Instituto para a Economia Mundial (IfW), de Kiel, projeta uma taxa 5,4%, por exemplo.

lf (Efe, AFP, ots)