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Alemanha torna-se mais competitiva

gh4 de janeiro de 2005

Executivos europeus dão boas notas ao país e elogiam mudanças. Empresários alemães duvidam da continuidade das reformas iniciadas pelo governo.

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Indústria alemã não precisa temer a concorrência internacionalFoto: AP

A Alemanha melhorou consideravelmente sua imagem no meio empresarial europeu, no ano passado. É o que revela o Bussines Monitor Internacional, um serviço do jornal econômico Handelsblatt, com base na opinião dos principais executivos da Alemanha, Inglaterra, França e Itália.

Aos olhos das lideranças empresariais, em 2004, nenhum outro país avançou tanto em termos de competitividade global quanto a Alemanha. Para chegar a esta conclusão, os institutos de pesquisa Psephos e Innofact consultaram, a pedido do Handelsblatt, 1028 executivos de empresas com mais de 500 funcionários nos quatro países.

Numa escala de 1 (muito boa) a 5 (muito ruim), a Alemanha obteve a média de 2,9 para sua competitividade internacional, empatando com a França e a União Européia. No ano passado, o país ainda se encontrava na lanterna nessa avaliação.

Elogio às reformas

Segundo Martin Wansleben, diretor-executivo da Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK), as lideranças européias reconhecem as mudanças que estão ocorrendo na Alemanha. As reformas do mercado de trabalho, por exemplo, foram muito elogiadas.

Em 2004, a Itália ficou em último lugar, sendo o único país que não conseguiu melhorar sua posição em relação a 2003. A Inglaterra conseguiu defender sua liderança, como no ano anterior.

O bom desempenho alemão deve-se, quase exclusivamente, à opiniões positivas dos executivos britânicos, franceses e italianos. Junto às lideranças empresariais estrangeiras, a Alemanha obteve nota 2,8 contra 3,3 em 2003. A nota dada pelos manager alemães melhorou apenas de 3,4 para 3,3.

Os alemães também têm uma opinião bem mais negativa do quadro nacional para atividades empresariais do que seus colegas a respeito de seus respectivos países. "Falta autoconfiança aos alemães", dizem os pesquisadores.

Segundo Wansleben, as notas ruins que os alemães dão ao próprio país são uma reação à crise estrutural. "A perda da liderança, que a Alemanha manteve como uma obviedade durante anos, gerou uma insegurança duradoura. Por isso, corremos o risco de ignorarmos o potencial deste país", afirma.

Alfred Oberholz, membro da diretoria do grupo químico Degussa, ressalta: "A Alemanha tem muitos pontos fortes. Deveríamos parar de falar mal do país".

Klaus Schwab Weltwirtschaftsforum in Davos
Alemanha está em 6º lugar no índice do Fórum Econômico MundialFoto: AP

A boa imagem da Alemanha no exterior foi confirmada também pelo Fórum Econômico Mundial (WEF). Graças ao desempenho das empresas alemãs, o país ficou em sexto lugar, entre as dez melhores nações do mundo, no índice de competitividade global do WEF. Quanto ao ambiente macro-econômico, porém, houve críticas ao sistema tributário.

Falta de confiança

"Os executivos alemães não confiam que o governo dê continuidade ao curso das reformas iniciadas", diz Christian Horn, da empresa de consultoria Droege & Comp. Esse ceticismo freia a realização de novos investimentos e a geração de empregos, no que o empresariado alemão é bem mais cauteloso do que o da Inglaterra, França e Itália.

Na opinião dos executivos consultados, a União Européia perdeu terreno para a China, o Japão e os Estados Unidos em termos de competitividade internacional no ano passado. A China tem uma imagem até melhor do que os EUA junto às lideranças empresariais européias.