Alemanha triplica indenizações em casos de terrorismo
21 de julho de 2018
Cônjuges, filhos e pais de pessoas mortas em ataques terroristas na Alemanha passarão a receber um pagamento fixo de 30.000 euros (cerca de 132 mil reais) em indenização do governo federal, anunciou na sexta-feira (20/07) o deputado social-democrata Edgar Franke, que também atua como comissário do governo para as vítimas. Antes do anúncio do incremento, o pagamento era limitado a 10 mil euros.
Em entrevista ao jornal Neue Osnabrücker Zeitung, Franke também disse que os irmãos das vítimas vão passar a receber 15 mil euros em vez de cinco mil euros.
De acordo com Franke, os pagamentos também serão distribuídos retroativamente para incluir as famílias das 12 pessoas mortas no ataque executado por um terrorista islâmico do mercado de Natal de 2016 em Berlim, assim como os parentes de pessoas assassinadas pelo grupo neonazista NSU. Parentes de alemães mortos em ataques terroristas no exterior também podem ser incluídos nos pagamentos extras.
Franke estimou que, no total, cerca de 300 famílias de vítimas estão aptas a receber os novos valores. No futuro, crianças que perderem um dos pais em ataques terroristas receberão um adicional de 45.000 euros em apoio.
Cerca de 8 milhões de euros foram reservados no orçamento federal alemão de 2018 para as vítimas de terrorismo e ataques extremistas – um aumento de 6,6 milhões de euros em relação a 2017.
Mais apoio
O cargo de comissário para as vítimas de terrorismo foi criado em 2017 após uma onda de indignação na Alemanha sobre a forma como as vítimas do atentado do mercado de Natal em Berlim e suas famílias foram tratadas pelas autoridades na sequência do ataque. As famílias relataram dificuldade em obter informações sobre seus parentes e sobre como solicitar ajuda. Alguns parentes afirmaram que chegaram a receber cobranças de hospitais para custear as autópsias.
"Na Alemanha havia pagamentos para ajudar sobreviventes e parentes das vítimas, mas eles não eram adequados para ataques terroristas e eram relativamente baixos quando comparados a outros países, então tivemos que nos reajustar", disse Franke.
JPS/ots
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