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Alemanha vê tendência de queda nas infecções por covid-19

12 de novembro de 2020

Curva voltou a se achatar no país, afirmam autoridades de saúde alemãs em meio a segunda onda. Mesmo assim, há chances de medidas de contenção serem mantidas ou reforçadas nos próximos meses, alertam.

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Máscara caída no chão, com barracas de feira de Natal fechadas ao fundo
Alemanha vive um lockdown parcial desde o início de novembroFoto: Klaus-Dietmar Gabbert/dpa/picture alliance

Autoridades de saúde da Alemanha afirmaram nesta quinta-feira (12/11) que as infecções por coronavírus no país parecem estar desacelerando, e atribuem a tendência às medidas tomadas pelo governo para reduzir as transmissões, que poderão ser ampliadas para além dos próximos meses do inverno europeu.  

"A curva está achatando", afirmou Lothar Wieler, diretor do Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental responsável pelo controle e prevenção de doenças infecciosas. Ele avalia que a queda nas contagens diárias de novas infeções demonstra que restrições como o distanciamento social e o uso de máscaras podem, de fato, ajudar a conter o vírus.

Mas apesar da boa notícia, Wieler alertou que a situação poderá piorar nas próximas semanas com a possibilidade de os hospitais chegarem ao limite de suas capacidades. "Devemos evitar que a situação se deteriore", afirmou. Ele ressaltou que o objetivo do país é reduzir as infecções em níveis adequados para a capacidade do sistema de saúde.

O diretor do RKI ainda pediu aos cidadãos que mantenham os contatos socias ao mínimo possível e disse que as medidas preventivas de saúde ainda serão necessárias mesmo após a disponibilização de uma futura vacina, uma vez que levará algum tempo para a ampla distribuição das doses.

O ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, disse nesta quinta-feira que, mesmo com a redução das infecções, as medidas de contenção deverão permanecer em vigor durante os próximos meses, e que é improvável uma volta à normalidade em dezembro ou em janeiro.

"Mesmo se conseguirmos reduzir os números [da doença], isso não significa que as pessoas poderão sair para toda parte novamente", observou. "Festejar o Natal como se nada estivesse acontecendo é algo que não vai funcionar. Não vejo como possível a realização de eventos com mais de 10 ou 15 pessoas neste inverno."

No início de novembro, a Alemanha reimpôs uma série de restrições para conter a segunda onda de infecções, incluindo o fechamento de locais públicos e de lazer, além de reforçar medidas como a obrigatoriedade do uso de máscaras e limitar reuniões sociais a dez pessoas, sendo moradores de duas residências.

Na próxima segunda-feira, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, se reunirá com os governadores dos 16 estados alemães para avaliar a situação e debater se as restrições devem ser mantidas ou reforçadas.

A Alemanha registrou nesta quinta-feira 21.866 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, segundo dados do RKI. O número de reprodução R, fator que indica a capacidade de propagação da doença, caiu para 0,89. Isso significa que 100 pessoas infectadas contaminam outras 89 pessoas, em média.

RC/afp/rtr/ap