Alemães protestam contra TTIP na véspera de visita de Obama
23 de abril de 2016Dezenas de milhares de pessoas protestaram neste sábado (23/04) em Hannover, no norte da Alemanha, contra o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), que visa impulsionar as relações comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos.
Segundo os organizadores, 90 mil pessoas participaram da passeata. A polícia estimou o número de manifestantes em torno de 30 mil. Os atos também tiveram como alvo o Acordo Integral de Economia e Comércio (Ceta), entre a Europa e o Canadá. Os críticos temem que os tratados possam dar poderes demasiados às multinacionais, à custa dos consumidores e trabalhadores.
O protesto foi convocado por mais de 130 entidades não governamentais, sindicatos e organizações eclesiásticas de toda a Alemanha, por ocasião da visita do presidente dos EUA, Barack Obama. Ele abre na noite deste domingo a Feira de Hannover, juntamente com a chanceler federal alemã, Angela Merkel. Nesta segunda-feira, também começa em Nova York a 13ª rodada de negociações sobre o TTIP.
Obama defende acordo
Em sua mensagem de vídeo semanal, Merkel rejeitou neste sábado acusações de falta de transparência e defendeu o sigilo que cerca as negociações sobre o TTIP. Ela afirmou "nem sempre ser possível que as informações sejam acessíveis a todos" durante as negociações, alegando que os outros negociadores poderiam "obter determinados benefícios que não queremos".
Merkel assegurou, entretanto, que "os cidadãos não devem ficar com a impressão de que temos algo a esconder" ou de que a Europa está disposta a abrir mão de suas normas. Merkel frisou que tudo o que é norma no continente é garantido. "Nós não vamos retroceder em relação a nossos padrões", ressaltou a chanceler.
Antes de sua visita à Alemanha, Obama afirmou ao tabloide alemão Bild que o acordo comercial TTIP é "uma das melhores maneiras de promover o crescimento e criar empregos", afirmando que o acordo vai fortalecer o comércio e criar empregos nos Estados Unidos e na União Europeia.
Segundo sondagem publicada nesta semana, um em cada três alemães rejeita completamente o planejado acordo.
MD/afp/epd