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Alemães têm medo de investir no Iraque

rw20 de setembro de 2004

Raptos, atentados e conflitos no Iraque intimidam os investidores alemães, que vêem na instabilidade do país um grande risco. Apreensões desnecessárias, argumenta um empresário teuto-iraquiano.

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Demanda é grande, apesar da insegurançaFoto: AP

"O número de empresas iraquianas em busca de cooperações com firmas alemãs é quatro vezes maior que a quantidade de firmas alemãs interessadas em investir no Iraque", queixa-se Gelan Khulusi, presidente da Associação Teuto-iraquiana de Empresas de Médio Porte – Midan. O empresário nascido no Iraque e naturalizado alemão tem um escritório em Colônia e outro no centro de Bagdá, recentemente destruído por uma bomba.

Khulusi, que se entende como mediador entre os dois países, lamenta o pequeno interesse dos empresários alemães: "Nos iludimos ao imaginar ser grande a procura por investimentos no Iraque. Reuni informações detalhadas de 600 empresas iraquianas que querem cooperar com a Alemanha, mas apenas 18 firmas demonstraram interesse".

Um fenômeno difícil de ser entendido, segundo Khulusi, "pois as taxas de importação são de apenas 5% e a demanda é enorme, após tantos anos de embargos econômicos". Segundo ele, um dos setores que mais cresce no momento é o da construção civil, uma conseqüência lógica das destruições da guerra.

Grande procura por alemães

Khulusi já não tem mais argumentos para responder aos questionamentos das câmaras iraquianas de indústria e comércio. Elas querem saber a causa da retração alemã, já que empresas de diversos outros países estão investindo no Iraque, sejam indianas, paquistanesas, turcas ou chinesas.

"Os empresários de porte médio se deixam impressionar muito facilmente pelas horríveis notícias divulgadas pela imprensa. Informações, aliás, muito parciais", reclama o chefe da Midan. Em muitas regiões, como o norte dominado pelos curdos, a situação é estável, argumenta.

"Vale lembrar que não é exigida a constante presença física dos alemães no Iraque, pois os potenciais parceiros iraquianos têm empresários que falam inglês. Além disso, as informações podem ser trocadas via telefone ou por e-mail, bastando aos alemães encarregar-se do transporte das mercadorias encomendadas", lembra Khulusi.

Contudo, nenhum dos representantes das 18 empresas alemãs interessadas em investir no Iraque dispõe-se a conceder entrevistas, temendo o seqüestro de seus colaboradores no Iraque. Por questões de segurança, até a procura por funcionários é intermediada pela Midan.