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Alemães veem migração de modo positivo, diz estudo

17 de setembro de 2018

Apesar das manchetes negativas em relação às políticas migratórias, a maioria vê de modo positivo a integração. Levantamento revela divisões entre o leste e o oeste do país e na questão da proibição ao véu islâmico.

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Estudo "Barômetro da Integração 2018" diz que alemães continuam a ver de modo positivo a sociedade multicultural do país
Estudo "Barômetro da Integração 2018" diz que alemães continuam a ver de modo positivo a sociedade multicultural do paísFoto: picture-alliance/dpa/M. Scholz

A população alemã continua a ver de modo positivo a sociedade multicultural do país, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira (17/09) pelo Conselho de Especialistas das Fundações Alemãs sobre Integração e Migração (SRV). 

O "Barômetro da Integração 2018" é o um estudo representativo sobre o tema que vem ganhando destaque desde o auge da crise migratória em 2015, quando mais de um milhão de refugiados buscaram abrigo na Europa.

Apesar da questão dos refugiados e da política migratória dominar as manchetes e as falas dos políticos na Alemanha, o estudo mostra que a maioria das pessoas ainda avalia que suas vidas junto aos vizinhos imigrantes ou não imigrantes continuam bem.

Segundo o levantamento, 63,8% dos alemães sem origem estrangeira veem de modo positivo a questão da integração. O número apresenta uma leve queda em relação aos 65,4% registrados em 2015. Os residentes no país que possuem origem migratória avaliam o tema de modo ainda mais positivo, com 68,9%.

O estudo revela a divisão de opiniões entre o leste e o oeste do país: 66% dos alemães do oeste se dizem satisfeitos com a migração, enquanto na outra metade do país, esse percentual é de 55%.

Curiosamente, as áreas com menor número de imigrantes, como os estados do leste alemão, são as que veem mais negativamente as questões da migração e integração. De modo geral, os homens apresentaram perspectivas mais negativas sobre o tema do que as mulheres.

Os pesquisadores afirmam que o ceticismo em relação aos migrantes pode ser superado quando há mais contatos pessoais entre as pessoas locais e os estrangeiros. "As experiências do dia a dia são significativamente melhores do que o discurso [na imprensa] sugere", afirmam os pesquisadores.

A encarregada do governo federal para a Integração, Annette Widmann-Mauz, diz que as conclusões do estudo são um sinal positivo, e que é importante apoiar as escolas e outros lugares onde as pessoas têm maiores oportunidades para entrar em contato com os estrangeiros.

Ela observa que as atitudes em relação à imigração são, na maioria dos casos, positivas, "sempre que há contato direto nos bairros, entre amigos ou no trabalho".

Os especialistas do SVR apontam que a maioria das pessoas quer ajudar os refugiados. As atitudes são amplamente positivas entre as pessoas com ou sem origem migratória na Alemanha.

Cerca de 60% dos alemães sem origem estrangeira apoiam a continuação do acolhimento aos refugiados no país, mesmo se a Alemanha fosse o único país a aceitar requerentes de refúgio na União Europeia (UE). Ainda assim, a maioria dessas pessoas também deseja a diminuição da chegada dos refugiados.

A questão da proibição ao véu islâmico também divide opiniões. Em torno de 80% dos muçulmanos entrevistados defendem que às mulheres e meninas deve ser permitida a utilização do véu quando estão na escola. Apenas 41% dos cristãos são favoráveis. Entre os alemães sem origem estrangeira, 52% defendem o uso da vestimenta.

Segundo os especialistas do SVR, entre as 29% de mulheres muçulmanas residentes na Alemanha que utilizam o véu islâmico, a maioria apoia medidas das autoridades públicas e escolares para permitir o uso. Entre as que não utilizam a vestimenta, 66% também são favoráveis.

O estudo "Barômetro da Integração 2018" entrevistou 9.298 pessoas entre julho de 2017 e janeiro de 2018.  Os últimos resultados da pesquisa vieram após a onda de violência e xenofobia nas cidades de Chemnitz e Köthen.

Apesar de os temas sobre imigrantes e refugiados dominarem as manchetes e ditarem as políticas do governo alemão, pesquisas de opinião sugerem que questões como a aposentadoria, habitação, educação e infraestrutura são as maiores preocupações dos alemães nos dias atuais.

RC/afp/dpa/kna

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