Antes da Copa, escândalo abala futebol italiano
12 de maio de 2006Todos os membros do Conselho de Administração da Juventus apresentaram sua renúncia na quinta-feira (11/5), uma semana depois da publicação de trechos de escutas telefônicas, ordenadas pela Justiça em 2004, que comprometiam seus dirigentes.
"O Conselho de Administração da Juventus devolveu seu próprio mandato aos acionistas e convocou uma assembléia geral para o próximo 29 de junho de 2006", assinalou a entidade em seu comunicado. Uma nova equie de conselheiros deve ser composta neste encontro.
O diretor-geral do clube Luciano Moggi, o administrador Antonio Giraudi e o presidente Franzo Grande Stevens integram o Conselho, que renunciou após uma agitada reunião.
Nessas conversações, parte de uma investigação realizada por promotores de Turim, Moggi mantinha negociações altamente suspeitas com o responsável pelo quadro de árbitros da Federação Italiana de Futebol (FIGC), Pierluigi Pairetto, sobre os juízes que deveriam atuar nos jogos da Primeira Divisão. Um deles seria Massimo de Santis, que estará na Copa do Mundo da Alemanha.
O escândalo provocado pela divulgação das gravações telefônicas levou a FIGC a abrir uma investigação que a atingiu, ao revelar que o próprio presidente da federação italiana, Franco Carraro, havia tido acesso às transcrições em fevereiro.
As promotorias públicas de Turim e Parma investigam as gravações telefônicas que envolvem ainda um atual e três ex-jogadores do clube. Eles estariam envolvidos em um esquema ilegal de apostas e manipulação de resultados da Série A do futebol italiano. Um deles, inclusive, teria recebido 600 mil euros em apenas um ano.
Tais atletas estariam até na relação da Itália que irá disputar a Copa do Mundo. A relação oficial será divulgada na segunda-feira (15/5).
Os promotores analisam ainda todas as movimentações bancárias realizadas no período dos últimos três anos. A Juventus precisa de um ponto neste domingo, sobre o Reggina, fora de casa, para erguer o troféu do Campeonato Italiano.
As temporadas 2005/2005 e 2005/2006, porém, podem ser canceladas por causa do escândalo. E os envolvidos no escândalo, rebaixados.