Aprendendo a ajudar na universidade
11 de abril de 2003Bombas deixam danos materiais e psíquicos. E a necessidade de ajuda humanitária, médica e técnica. Isto não só se aplica à atual situação no Iraque, como ainda vale para o Afeganistão, para Sarajevo ou Somália. Mas, assim como no caso de catástrofes naturais, não basta boa vontade: o auxílio nestes casos extremos é uma arte difícil e exige habilidades que extrapolam as de um médico ou engenheiro comum, por mais engajados que sejam. Para cobrir essa necessidade, a Universidade de Bochum é uma das sete instituições européias de ensino superior a oferecer o curso de Especialização em Situações de Crise.
Desta função faz parte a proteção das vítimas durante um êxodo de refugiados e o abastecimento com gêneros de primeira necessidade nos acampamentos provisórios, além da preparação de água potável em regiões de crise e de tarefas extremamente delicadas do ponto de vista militar.
Segundo Knut Ipsen, professor de Direito Internacional e presidente da Cruz Vermelha Alemã, uma gestão eficiente de situações de crise é necessária, como já ficou provado na Bósnia e na Somália. Senão as diferentes organizações humanitárias acabam estorvando-se mutuamente.
Formação interdisciplinar - O especialista em crises tem uma formação interdisciplinar, englobando gerenciamento, administração de empresas, economia, geografia, geopolítica, psicologia social, medicina, epidemiologia e etnologia.
Ipsen ressalta que boa parte dos especialistas atualmente em ação já preenche esses requisitos: por ano o Instituto de Direito Internacional Humanitário da Universidade de Bochum forma 20, dos 200 candidatos que a procuram anualmente. Entre eles encontram-se médicos, economistas, juristas e politólogos.
Bochum pertence a uma rede de âmbito europeu, ao lado de seis outras universidades, entre as quais as de Bilbao, Aix en Provence, Uppsala e Oxford. Os cursos de Master in Humanitarian Assistance foram uma iniciativa da União Européia, em face ao sofrimento humano em todo o planeta, e incluem um estágio de várias semanas em alguma das mais violentas regiões de crise.
Especialista em situações de crise é uma carreira de futuro, observa o professor Ipsen. Por mais que isso pareça macabro, ele parece ter razão, consideradas as viradas mais recentes da política mundial.