Após multa à Google, lucro da Alphabet cai
25 de julho de 2017Uma multa recorde imposta pela Comissão Europeia causou uma redução bilionária nos lucros da gigante da tecnologia Alphabet, controladora da Google. No segundo trimestre deste ano, o lucro líquido caiu 28% em relação ao mesmo período do ano anterior, anunciou a própria empresa nesta segunda-feira (24/07) após o fechamento do mercado. O lucro anunciado foi de 3,5 bilhões de dólares. Analistas, porém, esperavam um declínio maior.
Em junho, a Comissão Europeia sancionou a Google com a maior multa já imposta contra uma empresa na Europa por comportamento anticompetitivo. A gigante da tecnologia terá de desembolsar 2,42 bilhões de euros em punição por alegadamente abusar de seu domínio de mercado como ferramenta de busca e, consequentemente, dar vantagens ilegais ao seu próprio serviço de compras.
Embora a Google tenha anunciado que apelará da decisão, o rombo bilionário foi preventivamente incorporado no balanço trimestral da Alphabet.
Publicidade como principal fonte de renda
Em parte graças a excelentes resultados de publicidade em smartphones e tablets, a receitas da Alphabet subiu 21% em relação ao mesmo período do ano passado, para 26 bilhões de dólares.
Além disso, o foco na subsidiária YouTube também rendeu frutos. Segundo especialistas, a empresa americana de vídeos conseguiu recentemente cada vez mais fazer com que clientes de publicidade televisiva migrassem para o YouTube.
As receitas de publicidade do conglomerado, que também oferece o mundialmente difundido sistema operacional para smartphones Android e telefones celulares próprios, continuam sendo a maior parte dos rendimentos. Nessa área, o faturamento subiu 18% e chegou aos 22,7 bilhões de dólares. Os cliques em anúncios aumentaram 52%.
A empresa de pesquisa de mercado eMarketer estima que a Google vai embolsar cerca de 74 bilhões de dólares com publicidade neste ano em todo o mundo. Isso representaria um crescimento de 18% em relação ao faturamento de 2016. A empresa, que se tornou gigante com sua função de busca para computadores convencionais, concorre agora, especialmente, com a rede online Facebook pelo crescente mercado de publicidade em dispositivos móveis.
Ameaça de penalidades adicionais
Depois da penalidade bilionária, outras sanções financeiras podem atingir o conglomerado. Isso porque a União Europeia (UE) exige de Google, Facebook e Twitter que alinhem os termos e condições de uso de suas redes sociais à legislação europeia.
Em junho, as três empresas foram solicitadas pela Comissão Europeia a apresentar propostas até 20 de julho. As propostas anteriores foram consideradas insuficientes. Em círculos familiarizados com a questão, fala-se que duas empresas cumpriram com as exigências, e que a outra pediu por mais tempo.
As preocupações da Comissão Europeia se referem principalmente ao procedimento proposto pelas redes sociais em relação à exclusão de conteúdo ilegal. Caso as empresas não consigam cumprir as exigências da UE, elas podem sofrer sanções financeiras.
PV/rtr/dpa