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Arte falsificada, mas legal

Bettina Kolb e Insa Wrede (pc)13 de janeiro de 2004

Quem não gostaria de ter um quadro de Picasso na parede de casa? Caro demais? Então compre uma cópia falsificada. Veja como é possível.

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"Preto e Branco sobre Vinho", pintura a óleo do artista expressionista Mark Rothko

Frank Eilmann, um arquiteto de Leipzig, concretizou o sonho de sua vida: possuir uma pintura do expressionista lituano-americano Mark Rothko (1903-1970). O quadro é falso e custou apenas 1400 euros. Se fosse um verdadeiro Rothko, sairia por vários milhões de euros.

O quadro foi pintado por encomenda em uma galeria de Leipzig, cujo nome já diz tudo: Die Fälscher-Galerie (A Galeria dos Falsificadores). Em princípio, é proibido copiar e vender obras de artes falsificadas. Falsificação de obras de arte dá cadeia.

Mas os artista que trabalham na Fälscher-Galerie de Leipzig não têm o que temer. Eles não fazem outra coisa senão copiar as obras dos mestres antigos e contemporâneos – mas legalmente. E as falsificações são vendidas por um preço irrisório, se comparadas aos originais.

A fronteira entre o legal e o ilegal

Como é possível que falsificação seja uma atividade legal? É muito simples: depois de 70 anos da morte de um artista, suas obras podem ser copiadas à vontade. O que não é permitido – e este é o segredo do negócio – é falsificar a sua assinatura. Quem falsificar a assinatura de um artista vai preso, pois a assinatura indica que se trata de um original e não de uma cópia.

No caso de artistas vivos, ou que morreram há menos de 70 anos, a coisa é mais complicada: pode-se copiar o seu estilo mas não uma obra propriamente dita.

"Nós recebemos muitos pedidos de cópias de obras modernas, sobretudo de pop art", explica Ralf Munir, proprietário da Fälscher-Galerie. Ele cita como exemplo os legendários retratos de Marilyn Monroe, do artista americano Andy Warhol (1928-1987). Neste caso, falsifica-se apenas o estilo de Andy Warhol.

O cliente é rei

Cerca de 20 artistas formados na Academia de Belas Artes são empregados na Galeria dos Falsificadores. O trabalho de copiar os mestres exige muito tempo e dedicação e tudo é feito para satisfazer os desejos dos clientes, nos mínimos detalhes.

Robby Neugebauer, um dos artistas da galeria, conta por exemplo que um cliente começou a contar o número de ondas do mar, para comparar se correspondia ao original

Os pedidos de falsificação chegam do mundo inteiro e o êxito da Galeria dos Falsificadores é tão grande que está abrindo filiais em outras cidades alemãs.

Quem não tiver dinheiro suficiente para comprar uma obra de arte falsificada pode alugá-la. A partir de 15 euros por mês, já se consegue uma "verdadeira" pintura a óleo falsificada.