As piores catástrofes climáticas de 2023
Recordes de calor em várias partes do mundo, seca histórica na Amazônia, enchentes na Europa. O ano de 2023 registrou eventos climáticos de proporções inéditas.
Seca histórica na Amazônia
Nos últimos meses do ano, a maior floresta tropical do mundo enfrentou sua pior seca já registrada. Alguns cientistas temem que o bioma possa estar se aproximando do chamado ponto de não retorno, quando a Amazônia não será mais capaz de gerar chuvas, o que daria início a um processo de savanização. A floresta também foi atingida por uma série de incêndios florestais.
Enchentes no sul do Brasil
Em setembro, fortes enchentes atingiram a região sul do Brasil. A passagem de um ciclone extratropical causou a pior tragédia natural do estado do Rio Grande do Sul, onde quase 90 municípios registraram danos. As fortes chuvas deixaram dezenas de mortos e milhares de desabrigados, além de estradas bloqueadas, isolando comunidades inteiras durante dias.
Verão mais quente já registrado no Hemisfério Norte
O verão de 2023 no Hemisfério Norte foi de longe o mais quente já registrado, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o programa Copernicus. As altas temperaturas causaram secas, inundações e incêndios florestais. O período entre janeiro a agosto deste ano foi o segundo mais quente da história na região, atrás apenas de 2016.
Grécia: maior incêndio florestal da União Europeia
A Grécia sentiu os efeitos da forte onda de calor no verão europeu, na metade do ano, e enfrentou os maiores incêndios florestais já registrados no continente. Milhares de pessoas tiveram de ser retiradas de ilhas turísticas como Rodes, Corfu e Evia. O país chegou a registrar mais de 600 focos de incêndio simultâneos, com temperaturas que se aproximavam dos 50º C.
Incêndios de costa a costa no Canadá
Na metade do ano, incêndios florestais no Canadá se espalharam da costa leste para a oeste, queimando quase o dobro da área do recorde anterior. Segundo a World Weather Attribution (WWA), as mudanças climáticas ajudaram a criar um clima seco e entre 20% a 50% mais "propenso a incêndios", mais do que dobrando a probabilidade de incêndios extremos no leste do Canadá.
"Enchente do século" no norte da Itália
Em maio, na região de Emília-Romagna, no norte de Itália, três tempestades provocaram deslizamentos de terra e inundações consideradas as piores em um século. Segundo pesquisadores, um período específico de chuva de 21 dias – único em 200 anos e com apenas 0,5% de probabilidade de acontecer anualmente – poderia ter ocorrido com ou sem mudanças climáticas.
Secas na França
No primeiro semestre de 2023, a França atravessou uma das piores secas dos últimos anos. As autoridades adotaram medidas de emergência para economizar água. A região mais afetada foi o sul do país, onde em algumas cidades chegou a ser proibido lavar carros ou encher piscinas durante semanas. O tempo seco contribuiu para a propagação de incêndios florestais.
Inundações matam milhares na Líbia
A tempestade Daniel gerou inundações que causaram o rompimento de duas barragens e mataram milhares de pessoas na Líbia no início de setembro. A cidade de Derna foi quase totalmente destruída. Os esforços humanitários internacionais foram prejudicados pela divisão política da Líbia, em meio à guerra civil que assola o país.
Recordes de calor no sul da Ásia
Países do sul asiático como Índia, Vietnã, Laos, Bangladesh e Mianmar superaram recordes de calor em 2023. A Tailândia registrou temperaturas de 45º C pela primeira vez na história. Cientistas atribuem o calor extremo na região às mudanças climáticas.