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As várias faces do ensino religioso na Europa

(rr)2 de maio de 2005

Aulas de religião fazem parte do programa de escolas públicas de quase todos os países europeus, à exceção apenas da França e da Albânia. Mas sua organização é tão variada quanto as tradições religiosas no continente.

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Cada país tem suas próprias regrasFoto: dpa

"Cada aula de ensino religioso traz consigo sua própria história", explica Peter Schreiner, presidente da Comissão Intereuropéia para Igreja e Escola (ICCS). "Pode-se até fazer comparações, mas não haverá uma regra que seja aplicável em todos os países."

Cada país europeu decide hoje por si próprio como o ensino religioso é organizado, desenvolve os planos de ensino e estabelece o material didático necessário, treina e contrata professores, além de criar alternativas para alunos que não queiram participar das aulas de religião.

Várias modalidades

"Os mapas religiosos são muito diferentes na Europa", argumenta Schreiner. E a maneira como cada país lida com o ensino religioso reflete essas diferenças: no Sul da Europa, na Europa Central e no Leste Europeu, bem como na região da Alsácia-Lorena, na Finlândia, Itália, Áustria e Alemanha, o ensino religioso é separado por religião.

Erster Schultag in Frankreich
A França proibiu o uso do véu islâmico nas escolas de todo o paísFoto: AP

Outros países oferecem um ensino religioso conjunto, que chamam então de ética, filosofia ou "valores e normas". Na Bélgica, na Espanha, em Portugal e Luxemburgo, os alunos podem escolher qual das modalidades eles preferem acompanhar.

Diferenças à parte

Na Alemanha, os alunos são obrigados por lei a freqüentar aulas de religião. Mas há exceções: em Bremen e em Brandemburgo, eles podem optar por freqüentar aulas de História da Bíblia ou de Ética. Agora, a capital Berlim avalia adotar o mesmo modelo.

Na Áustria, por exemplo, não há apenas as variantes católica e evangélica, mas também ortodoxa, neo-apostólica, judaica, islâmica e budista.

S.Giuliano di Puglia
Na Itália, participação é facultativaFoto: AP

Já a Itália garante o ensino da religião católica nas escolas públicas. A participação é aberta a alunos de todas as confissões, mas facultativa desde 1984. O ensino de outras religiões é permitido, embora o Estado não arque com os custos. Os alunos italianos também podem optar pela disciplina Direitos Civis e Humanos.

Na Grécia, todos os alunos são obrigados a freqüentar as aulas de religião ortodoxa, não importa se forem católicos, judeus ou muçulmanos. No entanto, quem não quiser participar pode pedir dispensa.

Os países do norte da Europa, a Inglaterra, o País de Gales e a Escócia oferecem a seus alunos a possibilidade de aprender sobre as diversas religiões, sem serem doutrinados em apenas uma delas, embora na Inglaterra e no País de Gales o ensino seja mais direcionado ao cristianismo.

No entanto, desde 1994, alunos muçulmanos, hindus, sikhs, judeus, budistas e os pertencentes a outras modalidades religiosas são estimulados a contribuir para o conteúdo do programa.

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